Bancos alertam governo Lula para inviabilidade do consignado do INSS com atual teto de juros

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Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) volta atendimento presencial nas agências.



Representantes do setor bancário apresentaram ao governo federal cálculos que indicam dificuldades crescentes na concessão de crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS. A reportagem é do Jornal O Globo.

Sem reajuste no teto da taxa de juros, fixado em 1,66% ao mês desde junho de 2024, o modelo tornou-se financeiramente insustentável para muitas instituições.



Apesar da alta da Selic de 10,50% para 12,25% em setembro, o teto do consignado permanece inalterado. A elevação dos juros futuros, que reflete o custo de captação para empréstimos de longo prazo, agravou ainda mais a situação diante da instabilidade no mercado após o anúncio do pacote fiscal pelo governo.

Margem negativa inviabiliza concessões
De acordo com dados apresentados por bancos ao Ministério da Fazenda e do Planejamento, o spread* atual do crédito consignado está em média 0,51%. Esse percentual, que deveria cobrir impostos, custos operacionais, comissões e provisões para inadimplência, resulta em uma rentabilidade negativa para os bancos.



Em razão disso, grandes instituições como Santander, Bradesco, Itaú e Banco do Brasil, além de bancos menores e médios, suspenderam a oferta de consignado via correspondentes bancários, que geram custos adicionais. Alguns executivos alertam que, caso não haja mudanças, até as concessões realizadas nos canais próprios serão interrompidas.

Divergência de dados entre governo e bancos
O Conselho Nacional de Previdência Social, responsável por definir o teto de juros, optou por mantê-lo na última reunião, sob a justificativa de que as concessões permanecem semelhantes aos padrões de anos anteriores.



No entanto, bancos e governo divergem na análise. Enquanto o setor financeiro considera apenas novas operações, o governo inclui refinanciamentos e portabilidade nos números.

Ainda segundo o setor, o registro de empréstimos na folha de pagamento caiu cerca de 25% desde julho, evidenciando a queda na oferta de crédito. O tema deve voltar à pauta do Conselho em janeiro, mas, até lá, os bancos enfrentam dificuldades para manter a viabilidade dessa modalidade.

*Spread
O spread bancário é a diferença entre a taxa de juros que o banco cobra ao conceder um empréstimo e a taxa que ele paga para captar dinheiro, como na poupança ou CDBs. Por exemplo, se um banco paga 8% ao ano para captar recursos e cobra 20% ao ano de quem pega empréstimo, o spread é de 12 pontos percentuais.



Esse valor não é só lucro do banco. Ele cobre custos como impostos, inadimplência, despesas administrativas e a margem de lucro. No Brasil, o spread é alto, em parte devido ao risco de calotes e à complexidade regulatória, mas também por questões como concorrência limitada no setor bancário. E mais: Motorista de carreta envolvida em acidente em MG se entrega à polícia. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fonte: O Globo)



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