Aviões de guerra chineses sobrevoaram a linha que divide o Estreito de Taiwan nesta terça-feira (2), pouco antes da chegada prevista a Taipei da presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, a Democrata (partido de Biden) Nancy Pelosi, para uma visita que aumentou muito o atrito entre Washington e Pequim.
Pequim alertou à Democrata sobre os “riscos” de realizar a viagem. No último aviso, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse que os políticos dos EUA que “brincam com fogo” na questão de Taiwan e que a história “não terá um bom final”.
Já os Estados Unidos disseram, na segunda-feira (1), que não seriam intimidados pelo que chamaram de “choque de sabre” chinês. A maioria das reuniões planejadas de Pelosi, inclusive com a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, estava marcada para quarta-feira (3), diz a imprensa internacional.
O Ministério das Relações Exteriores de Taiwan disse que não tinha comentários sobre os planos de viagem de Pelosi, enquanto seu gabinete também se manteve em silêncio. Mas na noite desta terça-feira (2) na ilha, o edifício mais alto de Taiwan, o Taipei 101, iluminou-se com mensagens como: “Bem-vindo a Taiwan”, “Orador Pelosi”, “Taiwan (coração) EUA”.
Com as tensões já altas, vários aviões de guerra chineses voaram perto da linha mediana que divide o Estreito de Taiwan na manhã de terça-feira, afirma a agência de notícias Reuters. Vários navios de guerra chineses também navegaram perto da linha divisória não oficial desde segunda-feira, também de acordo com o veículo. Os aviões chineses deixaram a área à tarde, mas os navios permaneceram, disseram eles. As aeronaves de nenhum dos lados normalmente cruzam a linha mediana.
Enquanto isso, quatro navios de guerra dos EUA, incluindo um porta-aviões, foram posicionados em águas a leste de Taiwan no que a Marinha dos EUA chamou de desdobramentos de rotina. O porta-aviões USS Ronald Reagan transitou pelo Mar da China Meridional e estava atualmente no Mar das Filipinas, a leste de Taiwan e das Filipinas e ao sul do Japão, disse um oficial da Marinha dos EUA à Reuters.
Plano pró-Taiwan
A China vê as visitas de autoridades americanas a Taiwan como um sinal encorajador para o movimento pró-independência na ilha. Washington não tem relações diplomáticas oficiais com Taiwan, mas é obrigado pela lei dos EUA a fornecer à ilha os meios para se defender.
Rússia
A Rússia (em confronto com o Ocidente por sua invasão da Ucrânia) também se manifestou sobre a esperada visita de Pelosi. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Kremlin chamou de “provocação” destinada a pressionar Pequim e reiterou o apoio russo ao princípio de Uma China de Pequim.