O Globo: ‘Espumando de raiva’, Lira vai dar o troco no governo

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Arthur Lira (PP-AL), segundo um aliado, passou a sexta-feira (2) “em fúria” com a ação da Polícia Federal em Alagoas que teve como foco Luciano Ferreira, seu ex-auxiliar. As informações são do colunista Lauro Jardim, de O Globo.

De acordo com o jornalista, Lira não confessou abertamente o revés (“Não tenho nenhuma relação com essa ação”, afirmou), “mas seu círculo próximo está convencido de que haverá uma retaliação”.

A “retaliação” ocorrerá da maneira que Lira está acostumado a operar: nas votações da Câmara. Disse a fonte do jornalista: “Além da reforma tributária, que é do interesse do governo e de Arthur, nenhum projeto do governo terá uma trajetória tranquila na Câmara.”.

Conforme mencionado no texto, os primeiros alvos de Lira serão as medidas provisórias que modificaram as normas do Carf e aquela que reintroduziu o programa Minha Casa Minha Vida.

O presidente da Câmara poderá deixá-las perder a vigência. Portanto, “enfrentamentos adicionais ocorrerão”, conclui o colunista de O Globo.

O caso
A Polícia Federal, com o apoio da Controladoria Regional da União em Alagoas (CGU/AL), deflagrou na manhã de quinta-feira (1/) a ‘Operação Hefesto’, que visa desarticular organização criminosa suspeita de praticar crimes de fraude em licitação e lavagem de dinheiro.

Os ilícitos teriam ocorrido entre 2019 e 2022, durante a realização de processos licitatórios, adesões a Atas de Registro de Preços e celebrações contratuais relacionadas ao fornecimento de equipamentos de robótica para 43 municípios alagoanos, cujos recursos aplicados ou previstos seriam de natureza federal, oriundos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação – FNDE.

O caso teve origem a partir de reportagem da Folha publicada em abril do ano passado sobre as aquisições em municípios de Alagoas, todas assinadas com uma mesma empresa pertencente a aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Ontem, ele foi à imprensa reclamar da falta de articulação política do governo Lula e disse que não havia como garantir a aprovação da MP do Ministério (no fim, o tema acabou aprovado).

A investigação começou ainda em 2022 após a revelação da Folha. O pedido de buscas e prisões foi feito pela PF em março de 2023, e as ordens, expedidas pela Justiça Federal de Alagoas.

De acordo com a investigação, as citadas contratações teriam sido ilicitamente direcionadas a uma única empresa fornecedora dos equipamentos de robótica, através da inserção de especificações técnicas restritivas nos editais dos certames e de cerceamento à participação plena de outros licitantes.

Segundo a CGU, as fraudes e superfaturamento geraram prejuízo ao erário de R$ 8,1 milhões e sobrepreço, com prejuízos potenciais de R$ 19,8 milhões, em relação às despesas até então analisadas.

Como mostrou a Folha à época, os kits foram contratados com recursos, em boa parte, das verbas do ‘orçamento secreto’. Naquele momento, Lira era responsável por controlar em Brasília a distribuição de parte desse tipo de verba.

Segundo apuração da Folha, a empresa fornecedora dos kits de robótica é a Megalic, que funcionava em uma pequena casa no bairro de Jatiuca, em Maceió, com capital social de R$ 1 milhão. A empresa é apenas uma intermediária, embora tenha fechado contratos milionários, ao menos R$ 24 milhões, e não produz os kits de robótica.

A Megalic está em nome de Roberta Lins Costa Melo e Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió João Catunda (PSD). “A proximidade do vereador e de seu pai com Lira é pública”, diz a Folha. Além da empresa e de Edmundo Catundo, são alvos da PF outros aliados de Lira em Alagoas.


Fonte: O Globo
Foto: divulgação

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