Na tarde dessa segunda-feira (9), durante entrevista ao programa “Fato & Opinião”, da BNews TV, o procurador-geral da República, Augusto Aras, provocou a colunista e apresentadora Miriam Leitão, da Globo.
A história começa quando os apresentadores citaram um texto de Miriam, publicado em O Globo no domingo (8), em que ela criticava ofício assinado pela PGR, em novembro de 2022, que acabou com os grupos das procuradorias que atuavam contra atos antidemocráticos.
Para a comentarista da Globo, Aras criou apenas uma comissão que respondia diretamente a ele, em substituição a todos os outros grupos que já tinham sido criados no Brasil, inclusive da procuradoria do Distrito Federal.
Foi então que o PGR respondeu: “Essa senhora parece que tem um fetiche comigo, talvez porque eu não tenha atendido às matérias seletivas para ela e à família dela. Essa senhora foi cortada da seletividade que tinha na Operação Lava Jato. E, provavelmente, o jornal dela ganhou mais dinheiro do que com a novela das 8”, alfinetou Aras.
E continuou: “Essa vingança é algo que eu lamento, mas é a dura realidade. Não tem vazamento seletivo para nenhum meio de imprensa no Brasil. Na nossa gestão, o que existe é o respeito ao devido processo legal”, continuou Aras. Assista abaixo!
Em entrevista ao site BNews, o procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que Miriam Leitão, colunista do jornal O Globo, parece ter “fetiche” com ele. Assista: pic.twitter.com/KKuGAb8rgF
— O Antagonista (@o_antagonista) January 10, 2023
Globo responde
Em nota enviada ao BNews, a emissora repudiou as declarações do procurador-geral. “As ofensas à jornalista Miriam Leitão e ao Jornal O Globo, proferidas pelo Procurador Geral da Republica Augusto Aras, nessa segunda-feira em entrevista à BNews, merecem o mais absoluto repúdio.
É assustador que alguém que ocupa o cargo mais elevado do Ministério Público, guardião maior da lei, ofenda a honra de uma das profissionais mais brilhantes e corretas do jornalismo brasileiro. E de um jornal com um extenso histórico de serviços prestados à democracia brasileira.
Ninguém é imune a críticas – nem jornalistas nem autoridades. Mas ninguém, no Estado Democrático de Direito, pode ofender de maneira tão vil como fez o Procurador-Geral. A ofensa de Aras certamente diz mais sobre ele do que sobre Miriam e O Globo”.
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