Anderson Torres informou que irá voltar ao Brasil para se entregar. A ordem de prisão contra o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro foi dada por Alexandre de Moraes. O anunciou foi feito em sua rede social. Ele não está no Brasil e soube de sua prisão durante férias com a família nos Estados Unidos.
“Hoje (10/01), recebi notícia de que o Min Alexandre de Moraes do STF determinou minha prisão e autorizou busca em minha residência. Tomei a decisão de interromper minhas férias e retornar ao Brasil. Irei me apresentar à justiça e cuidar da minha defesa.”
Torres também afirmou, na mesma publicação, que ‘acredita na Justiça’: “Sempre pautei minhas ações pela ética e pela legalidade. Acredito na justiça brasileira e na força das instituições. Estou certo de que a verdade prevalecerá.”
Hoje (10/01), recebi notícia de que o Min Alexandre de Moraes do STF determinou minha prisão e autorizou busca em minha residência. Tomei a decisão de interromper minhas férias e retornar ao Brasil. Irei me apresentar à justiça e cuidar da minha defesa.
— Anderson Torres (@andersongtorres) January 10, 2023
Pedido de prisão
Atendendo a um pedido formulado pelo diretor-geral da Polícia Federal, Alexandre de Moraes determinou, ontem (10), a prisão preventiva de Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF), e também do coronel Fábio Vieira, ex-comandante da Polícia Militar do DF.
Em petição apresentada no inquérito que investiga atos antidemocráticos (INQ 4879 ), “são apontadas diversas omissões, em tese dolosas, praticadas pelos responsáveis pela segurança pública no DF e que contribuíram para a prática dos atos terroristas de 8 de janeiro de 2023”, escreve o Ministro.
Moraes liberou a decisão para referendo em sessão extraordinária do Plenário. Os ministros poderão apresentar seus votos de 0h desta quarta-feira (11) até as 23h59 do mesmo dia.
Na decisão, Moraes afirmou que os atos criminosos que resultaram na invasão dos prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do STF só poderiam ocorrer com a anuência das autoridades competentes pela segurança pública e inteligência, pois a organização das manifestações era fato notório e foi divulgada pela mídia brasileira. “A existência de uma organização criminosa, cujos atos têm ocorrido regularmente há meses, inclusive no Distrito Federal, é um forte indício da conivência e da aquiescência do Poder Público com os crimes cometidos, a revelar o grave comprometimento da ordem pública e a possibilidade de repetição de atos semelhantes caso as circunstâncias permaneçam as mesmas”, ressaltou.
Ele destacou que a omissão e conivência de diversas autoridades da área de segurança e inteligência ficaram demonstradas com a ausência do necessário policiamento, em especial do Comando de Choque da PMDF, e com a autorização para mais de 100 ônibus ingressassem livremente em Brasília, sem qualquer acompanhamento policial, mesmo sendo fato notório que praticariam atos violentos e antidemocráticos.
O ministro também falou em “inércia” no encerramento do acampamento na frente do QG do Exército, mesmo depois de constatado que havia “terroristas” no local, que inclusive tiveram suas prisões temporárias e preventivas decretadas.
Segundo o ministro Alexandre, nada justifica a omissão e a conivência do então secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, e do então comandante-geral da PM-DF.
Em seu entendimento, as omissões dessas autoridades foram detalhadamente narradas na representação da autoridade policial e justificam a decretação da prisão para a garantia da ordem pública. A decisão resultou, ainda, busca e apreensão contra os investigados.
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