Em sua crônica, Sachsida compara o cenário atual a períodos da história econômica do país, destacando os ciclos de crescimento e recessão causados por escolhas equivocadas dos governos.
Sachsida inicia seu texto mencionando o livro A Economia Brasileira em Marcha Forçada, de Antonio Castro e Francisco Souza, publicado em 1985, que analisa os impactos negativos de políticas expansionistas sem reformas estruturais.
Segundo ele, a principal lição da obra pode ser resumida na frase: “Em vez de fazer as reformas necessárias, o governo brasileiro optou por estimular artificialmente o crescimento de curto prazo, com consequências danosas sobre a inflação e o crescimento econômico de longo prazo”.
O economista destaca que, entre 2016 e 2022, o Brasil implementou uma série de reformas estruturais que impulsionaram o crescimento econômico. Entre elas, ele cita a reforma trabalhista, o teto de gastos, a reforma da previdência, a autonomia do Banco Central, privatizações, concessões e melhorias nos mercados de crédito e capitais. Para Sachsida, essas medidas foram responsáveis pelo desempenho positivo da economia no pós-pandemia.
No entanto, ele alerta que essa trajetória mudou a partir de 2023, quando reformas foram abandonadas e substituídas por estímulos fiscais.
Segundo Sachsida, “em vez de aprovar reformas para garantir o crescimento econômico e consolidar o lado fiscal da economia, apostou-se num estímulo fiscal insustentável”. Ele compara essa estratégia ao que ocorreu entre 2008 e 2013, período em que políticas expansionistas levaram à maior crise econômica da história do Brasil em 2015-16.
Para o ex-ministro, o Brasil repete erros do passado e caminha para um cenário preocupante. “Hoje a economia brasileira encontra-se em marcha forçada, a recessão que se avizinha e a inflação em alta são culpas exclusivas da opção de política econômica do governo atual”, afirma. Ele ainda critica a combinação de estímulo fiscal com aperto monetário, o que, segundo ele, levará a um crescimento insustentável da dívida pública e a uma nova crise econômica. Clique AQUI para ver na íntegra.
Quem é Adolfo Sachsida
Adolfo Sachsida é economista, doutor em economia pela Universidade de Brasília (UnB) e possui pós-doutorado na Universidade do Alabama, nos Estados Unidos. Especialista em macroeconomia e políticas públicas, atuou no governo de Jair Bolsonaro como chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia e, posteriormente, como ministro de Minas e Energia.
Durante sua gestão, foi um dos principais defensores das privatizações, incluindo a da Petrobras e da Eletrobras. Antes da vida pública, trabalhou como pesquisador e professor, com publicações voltadas para crescimento econômico, finanças públicas e mercado de trabalho.