As redes varejistas de produtos e serviços para animais de estimação Petz e Cobasi chegaram a um acordo preliminar não vinculante para fundirem suas operações, formando assim a maior empresa do setor no Brasil.
O anúncio desse acordo impulsionou significativamente as ações da Petz, que às 13h48 registravam um aumento de 42%, alcançando o valor de 4,96 reais por ação, em comparação com o preço acordado inicialmente para a união das empresas, estabelecido em 7,10 reais por ação, mais que o dobro do fechamento do dia anterior.
O presidente-executivo da Petz, Sergio Zimerman, durante uma conferência com analistas e investidores após o anúncio, afirmou que o grupo combinado das duas empresas lideres do setor espera gerar uma receita superior a 7,5 bilhões de reais este ano.
Segundo reportagem da Reuters, analistas do JPMorgan, liderados por Joseph Giordano, destacaram que o negócio tem um alto potencial de sinergia, mesmo considerando os desafios comuns a fusões do setor. Estima-se que a empresa resultante da fusão terá uma participação de mercado entre 15% e 20%.
O mercado pet no Brasil é vasto, com mais de 139 milhões de animais de estimação, tornando o país o segundo maior do mundo nesse setor. Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, observou que, a cada 100 famílias, 44 possuem um animal de estimação, enquanto apenas 36 têm crianças em casa. Ele destacou que os setores relacionados aos animais de estimação representam uma tendência significativa a longo prazo, impulsionada pelo aumento dos custos de criar filhos e pelo envelhecimento da população.
O novo conglomerado resultante da fusão das duas empresas terá um total de 483 lojas em cerca de 20 Estados brasileiros, sendo 249 unidades da Petz e 234 da Cobasi. Sergio Zimerman ressaltou que as discussões exclusivas entre as duas empresas nos próximos 90 dias visam dimensionar as potenciais sinergias, especialmente em logística e expansão de lojas.
Quanto aos detalhes financeiros da operação, espera-se que os acionistas da Petz recebam 450 milhões de reais após a conclusão da fusão, conforme estabelecido no memorando de entendimento. Zimerman, no entanto, não divulgou detalhes sobre a forma desse pagamento, sugerindo que dividendos podem ser uma das opções. Após a conclusão da transação, estima-se que Zimerman detenha entre 15% e 25% da nova empresa, assumindo a presidência do conselho de administração, enquanto Paulo Nassar, representando a família Nassar e o fundo Kinea do lado da Cobasi, assumirá o cargo de presidente-executivo. (Foto: divulgação; Fonte: Reuters)