As últimas 24 horas não foram nada fáceis para os investidores das Lojas Americanas. Isso porque ontem (11) a empresa comunicou aos seus acionistas e ao mercado em geral que foram detectadas ‘inconsistências’ em lançamentos contábeis redutores da conta fornecedores realizados em exercícios anteriores, incluindo o exercício de 2022. Clique AQUI para ler o comunicado.
Numa análise preliminar, a área contábil da Companhia estima que os valores das inconsistências sejam da dimensão de R$ 20 bilhões até 30/09/2022. O rombo é tão gritante que a empresa explica que, neste momento, “não é possível determinar todos os impactos de tais inconsistências na demonstração de resultado e no balanço patrimonial da Companhia”.
Diante desses fatos e a consequente alteração de prioridades da administração, o Diretor-Presidente das Americanas, Sergio Rial, e o Diretor de Relações com Investidores, André Covre, empossados em 2/1/2023, comunicaram sua decisão de não permanecer na Companhia, com efeito imediato. Foram nomeados interinos.
Para se ter uma ideia do tamanho do problema das Americanas, os R$ 20 bilhões identificados equivale ao valor de mercado da gigante Magazine Luiza. A própria Americanas tem valor estimado de só metade: R$ 10 bilhões.
Ou melhor, tinha. Porque só no pregão de hoje (12), a companhia viu seu valor de mercado evaporar de R$ 10,83 bilhões para R$ 2,45 bilhões, uma queda de R$ 8,38 bilhões. O papel AMER3 terminou cotado a R$ 2,72, em uma sessão encurtada para os ativos – que passaram boa parte do tempo em leilão.
Em valores absolutos, o fundo Moat Capital FIA Master, da gestora Moat Capital, era o que possuía o maior volume de AMER3 na carteira em setembro: R$ 327 milhões. O Bogari Value Master II FIA, da Bogari Capital, tinha R$ 70 milhões e o Tempo Capital Principal FIA, da Tempo Capital, outros R$ 66 milhões.
Informação privilegiada?
Segundo apuração do portal Neofeed, ainda na noite de quarta-feira (11), quando a notícia do rombo de R$ 20 bilhões nem havia sido divulgada, uma movimentação atípica da ação da rede varejista saltou aos olhos.
“A suspeita ganhou mais força porque a operação aconteceu no apagar das luzes do pregão, pouco após às 17h: a ordem de uma put (venda à descoberto do papel) de 917.100 ações usando a plataforma da XP. Em poucos minutos, uma única ordem com um volume nove vezes superior à media negociada no mesmo dia”.
“Foi tudo muito atípico, o horário… É difícil julgar, mas tem indícios de uso de informação privilegiada”, diz um operador de mercado ouvido pela reportagem. Clique AQUI para ler a reportagem. Assista abaixo comentário do analista Fernando Nakagawa, da CNN, sobre o ‘caso Americanas’.
