O vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, defendeu que o partido entregue os ministérios que ocupa no governo Lula assim que for formalizada a federação com o PP. Em entrevista publicada nesta terça-feira (27) pelo jornal O Globo, o ex-prefeito de Salvador afirmou que defenderá internamente o rompimento com o Planalto. “Eu defenderei que nenhum membro ocupe cargos no governo Lula”, declarou.
Segundo ACM Neto, não faz sentido manter cargos no Executivo se o União Brasil não fará parte da aliança em torno da tentativa de reeleição de Lula em 2026.
“Com a aproximação da eleição, não faz sentido ocupar cargos em um governo cujo projeto político é oposto ao nosso”, argumentou.
Contrário à ideia de neutralidade, como na eleição de 2022, o dirigente defendeu que a legenda assuma de vez uma posição de oposição.
“É preciso afirmar a postura contrária ao projeto do PT”, disse. Para ele, o ideal seria construir uma candidatura única que represente o centro ou a direita. Ele também reafirmou a posição do partido de disputar a Presidência ou a Vice-presidência na próxima eleição.
Apesar do tom de oposição, ACM Neto ponderou que alianças com o PT em disputas estaduais não estão descartadas. “Preferencialmente, sim [seguir diretrizes nacionais]. Obrigatoriamente, não”, afirmou, ao defender autonomia regional.
Questionado sobre um possível mal-estar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), caso o partido deixe a base do governo, ACM Neto minimizou. “Davi é presidente do Senado. Ele deve dialogar com o governo. São coisas distintas”, afirmou.
Sobre a presença de Jair Bolsonaro na articulação de uma candidatura da direita, ACM Neto reconheceu seu peso. “Ele é o maior eleitor da direita hoje. Não pode ser ignorado”, disse, embora defenda uma candidatura mais ampla e que não imponha nomes ou vetos. “É preciso encontrar um nome viável, que não tenha teto de votos. Em 2022, o que decidiu a eleição foi a rejeição”, analisou.
Ao comentar possíveis nomes, ACM Neto evitou comparações entre Tarcísio de Freitas e Michelle Bolsonaro, mas citou Ronaldo Caiado como o pré-candidato atual do União. Disse que os atritos entre Caiado e Bolsonaro não inviabilizam alianças. “Caiado não será um empecilho. Ele é um homem do diálogo”, declarou.
Crítico ao terceiro mandato de Lula, o ex-prefeito afirmou que o presidente ignorou o eleitorado que votou contra Bolsonaro.
“Lula governa com o PT e para o PT. A versão Lula 3 é muito pior que a 1 e a 2”, disse. Ele ainda ironizou o governo por não conseguir cumprir promessas de campanha: “Prometeram picanha e cerveja, estão entregando café, carne e ovo com preço lá em cima”. E mais: Seguradoras adotam medida para driblar taxação de Haddad no IOF. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução site oficial; Fontes: Poder360; O Globo)
