Um acidente envolvendo um Boeing 737-800 da companhia ‘Jeju Air’ deixou 177 mortos no aeroporto de Muan, no sudoeste da Coreia do Sul. A aeronave, que transportava 181 pessoas, perdeu o controle ao pousar, saiu da pista e colidiu contra um muro antes de pegar fogo. Inicialmente, o governo coreano informou 179 mortes, mas o número foi revisado após novos levantamentos.
A tragédia ocorreu na manhã de domingo (29), horário local, equivalente às 21h de sábado (28) no Brasil. Entre os ocupantes estavam 175 passageiros e seis tripulantes.
Até o momento, apenas duas pessoas foram resgatadas com vida, ambas integrantes da tripulação. Outras duas seguem desaparecidas. “Depois que o avião colidiu com a parede, os passageiros foram atirados para fora da aeronave. As chances de sobrevivência são extremamente baixas”, afirmou um representante da agência de combate a incêndios.
Mais de 1.500 pessoas foram mobilizadas nas operações de resgate e investigação. Segundo a Yonhap, as buscas concentram-se na cauda do avião, a parte menos atingida pelo impacto. As autoridades locais apontam uma possível falha no trem de pouso como causa inicial do acidente.
As caixas-pretas já foram recuperadas e devem fornecer mais detalhes sobre o ocorrido, informou Ju Jong-wan, diretor de política de aviação do Ministério de Terras, Infraestrutura e Transportes.
Entre as vítimas fatais, foram confirmados 82 homens, 84 mulheres e 11 pessoas cujo gênero ainda não pôde ser identificado. Testes de DNA estão sendo realizados para confirmar a identidade de menores de idade.
A aeronave havia partido de Bangkok, na Tailândia, com destino ao aeroporto de Muan, localizado na província de Jeolla do Sul, a cerca de 288 km de Seul. Entre os passageiros, 173 eram coreanos e dois, tailandeses.
O presidente em exercício da Coreia, Choi Sang-mok, ordenou que todas as forças disponíveis fossem mobilizadas no resgate das vítimas. Ele solicitou “esforços máximos para salvar vidas, utilizando todo o equipamento e mão de obra disponíveis”.
Um gabinete de emergência foi criado, e o Ministério dos Transportes enviou sete investigadores especializados, além de outros profissionais, ao local. Mais de dez veículos de emergência, incluindo caminhões de combate a incêndios e ambulâncias, seguem atuando no cenário da tragédia. Um vídeo mostra o momento exato em que a aeronave colide com o muro. Clique AQUI para assistir.
A dor das famílias
As famílias das vítimas do acidente aéreo mortal de domingo em Muan lamentaram as perdas de seus entes queridos enquanto expressavam raiva e frustração com a resposta das autoridades após o acidente.
Segundo a agência pública do país, a ‘Yonhap News Agency’, o choro dos familiares podia ser ouvido no primeiro andar do Aeroporto Internacional de Muan, 288 quilômetros a sudoeste de Seul, onde um avião da Jeju Air transportando 181 pessoas pegou fogo durante o pouso por volta das 9h.
“Minha irmã estava naquele avião”, disse uma mulher de 33 anos de sobrenome Kim. “Ela passou por tantas dificuldades e foi viajar porque sua situação estava apenas começando a melhorar.”. Por volta das 13h, cerca de 100 pessoas lotaram uma sala de reunião enquanto os bombeiros começavam a fornecer uma atualização.
Assim que Lee Jeong-hyeon, chefe do corpo de bombeiros de Muan, disse que a maioria das 181 pessoas a bordo estavam presumivelmente mortas, lamentações tomaram conta da sala. “Não há nenhuma possibilidade de sobrevivência?”, perguntou um membro da família. “Infelizmente, parece que sim”, Lee respondeu com a cabeça baixa.
Por volta das 15h30, o governo começou a anunciar os nomes de 22 pessoas confirmadas como mortas, provocando mais tristeza e luto nas famílias reunidas.
Algumas pessoas protestaram que os nomes não correspondiam aos divulgados anteriormente, enquanto outras reclamaram que não estavam recebendo nenhuma informação por horas. “É pedir muito que uma lista de mortos seja divulgada de forma clara, juntamente com o status atual do acidente?”, disse um membro da família.
Algumas pessoas exigiram que lhes fosse permitido visitar o local do acidente para que pudessem identificar seus familiares. E mais: Otávio Mesquita sofre assalto à mão armada no Morumbi e alerta: “não reaja”. Clique AQUI para ver. (Foto: Yonhap News Agency; Fonte: UOL)