A reação dos dinamarqueses à notícia da abdicação ao trono da Rainha Margrethe 2ª

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Nós, brasileiros, não temos mais a figura de um Rei ou Imperador para compreender o sentimento dos dinamarqueses ao receber, na noite de 31 de dezembro, o histórico anúncio de abdicação feito pela rainha Margrethe 2ª.

No Brasil, que vive um sistema republicano, no caso de uma renúncia do seu presidente, metade do país lamentaria e metade, certamente comemoraria. Já em monarquias a relação entre povo e chefe de estado é bastante diferente.

Tanto que o pronunciamento da soberana abalou o país nórdico, que está dividido entre a surpresa e o reconhecimento de uma monarca extremamente popular. Com mais de meio século à frente da nação, a maioria dos 5,8 milhões de habitantes nunca passou um dia sequer sem a figura da Rainha.

Margrethe 2ª, que deixará o trono após 52 anos no dia 14 de janeiro em favor de seu primogênito Frederick, estampa os jornais dinamarqueses desde segunda-feira (1º), com manchetes sóbrias se referindo à sua aposentadoria como chefe de estado e editoriais elogiando a monarca que mais tempo ocupa um trono na atualidade.

“Os dinamarqueses estão atônitos”, publicou o jornal conservador Jyllands-Posten. Já o tabloide Ekstra Bladet lembrou que, desde que a Dinamarca se tornou uma monarquia hereditária em 1660, nenhum rei ou rainha jamais havia abdicado, e Margrethe 2ª sempre afirmara que seu cargo era ‘para toda a vida’.

Um vídeo compilado nas redes sociais mostra a reação curiosa de famílias da Dinamarca ao receber o anúncio. Homens, mulheres, jovens, adultos e idosos explodem em surpresa ao assistir ao vivo o pronunciamento. Assista abaixo!

 

No discurso, no qual deixou o anúncio de sua abdicação para o final, a própria rainha se referiu à sua idade (83 anos) e a uma recente e complicada operação nas costas para justificar uma retirada de cena que ninguém esperava, mas que ocorre poucos meses depois que seu neto Christian, filho mais velho de Frederick, completou 18 anos.

De acordo com a emissora pública DR e o canal semiprivado TV2, a própria primeira-ministra, Mette Frederiksen, teve que reescrever seu discurso de Ano-Novo, um sinal de que não foi informada sobre a abdicação com muita antecedência. “Ela abdica em um momento em que nenhuma outra casa real europeia goza de maior apoio e respeito entre sua população”, escreveu o Politiken, principal jornal da Dinamarca.

O liberal Berlingske falou de uma decisão “corajosa de alguém que criou uma monarquia moderna e inteligente, relevante e amada pela maioria dos dinamarqueses, ao contrário das de outros países europeus”.

“Obrigado por seu trabalho inestimável a serviço da Dinamarca”, escreveu o ex-primeiro-ministro e atual ministro das Relações Exteriores, Lars Lokke Rasmussen, no Twitter, onde os líderes políticos dinamarqueses agradeceram amplamente à rainha por seu papel.

A abdicação de Margrethe 2ª também repercutiu nas vizinhas Suécia e Noruega, também monarquias, onde há especulações de que o anúncio inesperado poderia ter repercussões em suas realezas, lideradas respectivamente por Carl 7º Gustaf (77 anos) e Harald 5º (86).

Margareta Thorgren, porta-voz da Casa Real Sueca, confirmou à emissora de televisão pública SVT que Margrethe 2ª informou pessoalmente Carl 7º Gustaf sobre sua decisão antes de torná-la pública.

A ascensão de Frederick ao trono dentro de duas semanas também fará com que a princesa Mary se torne rainha, fato que também foi amplamente divulgado pela imprensa da Austrália, seu país de origem.

Apenas 24 horas após o anúncio, Margrethe 2ª voltou a aparecer em público nesta segunda-feira para celebrar, acompanhada pelo resto da família real, a tradicional recepção de Ano-Novo no palácio de Amalienborg para membros do governo e representantes da Dinamarca oficial. E veja também: Olavo de Carvalho: ‘COF’ entra em promoção com 70% de desconto. Clique AQUI para ver.


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Fonte: R7
Foto: reprodução vídeo

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