O problema extra do governo Lula com o ‘tarifaço’ de Trump

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Em meio à escalada tarifária promovida pelos Estados Unidos contra a China, o governo brasileiro acompanha com atenção os efeitos colaterais que podem respingar na economia nacional. A preocupação central, segundo apurou a CNN Brasil em reportagem exclusiva, é o risco de que o país se torne destino de um excesso de produtos chineses, desviados do mercado americano por conta das novas barreiras comerciais impostas por Washington.

O receio é monitorado especialmente pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), sob o comando do vice-presidente Geraldo Alckmin. Conforme relatado pela CNN, o temor é de que “uma grande parcela de produtos que iriam da China para os Estados Unidos acabe sendo escoada para o Brasil por conta das altas tarifas impostas para a entrada em território americano”.



Esse movimento poderia provocar uma inundação de produtos importados no mercado brasileiro, com preços mais baixos que os nacionais, afetando diretamente a competitividade da indústria local. Segundo a CNN, técnicos do MDIC já estão atentos à possibilidade de um “desvio de comércio” — termo usado para designar quando produtos trocam de destino em razão de novas barreiras comerciais em países-alvo.

Durante seminário do Conselho Empresarial Brasil-China, realizado na última quinta-feira (10), a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, expressou de forma clara o clima de atenção dentro do governo. Como destacou a CNN, ela afirmou:

“Há preocupações com o risco de desvio de comércio para o Brasil. O cenário externo é desafiador. As mudanças acontecem não é todo dia, é a todo momento. Às vezes é difícil estarmos a par da última evolução. O vice-presidente falou ‘estamos monitorando mudanças significativas, atípicas nos fluxos de comércio’. Estamos fazendo isso. Se essas mudanças de tarifas podem gerar oportunidade para o Brasil? Podem [também]”.



Apesar do alerta, o ministério tem evitado divulgar uma posição oficial mais incisiva sobre o caso. Segundo a CNN, a cautela se deve à volatilidade das decisões internacionais, sobretudo diante do ritmo acelerado de anúncios tarifários nos últimos dias.

Ainda conforme a reportagem, na sexta-feira (11), Alckmin participou de uma reunião virtual com o ministro do Comércio da China, Wang Wentao. No encontro, ambos debateram “a relação comercial bilateral, assim como oportunidades e complementariedades das duas economias”, conforme nota oficial do governo brasileiro. A conversa também abordou o tema das tarifas.



“O vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Wang Wentao também trocaram impressões sobre as alterações tarifárias em curso no cenário internacional. Convergiram na defesa do multilateralismo e do sistema internacional de comércio baseado em regras, com o fortalecimento da Organização Mundial do Comércio (OMC)”, informou o comunicado.

A relevância da China como principal parceiro comercial do Brasil reforça os cuidados do governo com os desdobramentos do conflito tarifário. De acordo com dados do MDIC citados pela CNN, as importações de produtos chineses passaram de US$ 2 milhões, em 1974, para US$ 64 bilhões em 2023, com destaque para bens de capital e insumos industriais.



No mesmo período, as exportações brasileiras para o país asiático saltaram de US$ 19 milhões para US$ 94 bilhões, com produtos como soja, petróleo e minérios liderando a pauta. A China, inclusive, foi a maior origem de importações em 16 estados brasileiros no último ano.

Diante desse cenário, autoridades brasileiras continuam observando com cautela os próximos passos da disputa comercial. A depender da evolução das tarifas, o Brasil pode se ver no centro de uma nova pressão sobre sua indústria — tanto como ameaça quanto como oportunidade. E mais: Trump anuncia nova mudança em ‘tarifaço’ após 145% sobre produtos chineses. Clique AQUI para ver. (Foto: PixaBay; Fonte: CNN)

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