O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (1º) que o cenário dos preços dos alimentos no país já demonstra sinais de melhora. Durante o lançamento do Plano Safra 2025/2026, Haddad declarou que “as coisas estão rapidamente voltando ao normal”, referindo-se à leve deflação registrada em junho no setor alimentício.
Segundo o ministro, dois fatores foram decisivos: a colheita de uma supersafra agrícola e a valorização do real frente ao dólar, contrariando previsões iniciais do mercado.
“Dissemos no começo do ano que, quando o dólar recuasse e a supersafra fosse colhida, haveria deflação de alimentos, como já foi verificado no mês passado”, declarou.
O comentário de Haddad se baseia nos dados do IPCA-15 de junho, que funciona como uma prévia da inflação oficial. O índice mostrou recuo de 0,02% no grupo ‘alimentação e bebidas’, com destaque para uma queda de 0,24% nos alimentos consumidos em casa. Embora o dado represente apenas uma prévia, é o primeiro indício de que os preços podem estar começando a cair após meses de pressão.
O IPCA cheio de junho, que é o indicador oficial da inflação, será divulgado apenas no próximo dia 10 de julho. Até o momento, nenhum mês de 2025 apresentou queda efetiva nos preços dos alimentos, segundo esse índice.
Haddad também destacou a desvalorização de 12% do dólar no primeiro semestre, ressaltando o efeito positivo do câmbio na contenção da inflação, já que grande parte das importações brasileiras é cotada em moeda americana. Com o dólar mais baixo, o custo para trazer produtos do exterior diminui, o que alivia os preços para o consumidor.
Apesar do tom otimista, o ministro criticou a adoção de políticas protecionistas por países vizinhos. “Tem países aqui na América do Sul, alguns até elogiados pela oposição, que estão aumentando impostos de exportação. E nós estamos seguindo por um caminho oposto”, afirmou. (Foto: Ministério da Fazenda; Fonte: Poder360)
