A Brookfield, gigante canadense do setor imobiliário, está em fase final de negociação para adquirir mais um imóvel de destaque na zona portuária do Rio de Janeiro: o Aqwa Corporate, edifício comercial inaugurado em 2017 que se tornou símbolo da revitalização da região. A informação foi publicada pela coluna Capital, do jornal O Globo.
A transação está avaliada em mais de R$ 500 milhões, conforme fontes próximas ao processo. A conclusão da compra, no entanto, ainda depende da autorização da Caixa Econômica Federal, que administra um fundo detentor de 22% do imóvel e, até o momento, não tem intenção de vender sua participação.
A maior parte do edifício — 78% — pertence à empresa americana Tishman Speyer, dona de empreendimentos icônicos como o Rockefeller Center, em Nova York. Os 22% restantes estão sob responsabilidade do Fundo Imobiliário Porto Maravilha, ligado ao FGTS e administrado pela Caixa. Esse é o mesmo fundo que possui o terreno no Gasômetro, cogitado pelo Flamengo para construção de seu estádio.
A Brookfield já havia feito um movimento importante na região ao adquirir praticamente todas as unidades do futuro residencial do Edifício A Noite, no Centro. Agora, o plano é expandir sua presença com um ativo de alto potencial, mas que ainda apresenta preço depreciado em função do histórico de vacância.
Projetado pelo renomado arquiteto Norman Foster, vencedor do prêmio Pritzker, o Aqwa Corporate está situado no bairro do Santo Cristo, entre pontos turísticos como a Cidade do Samba e a roda-gigante Rio Star. Apesar de ter sido lançado em meio à crise provocada pela Lava Jato — o que prejudicou sua ocupação nos primeiros anos —, o prédio conseguiu atrair locatários relevantes ao longo do tempo.
Atualmente, a vacância gira em torno de 26%, com valor médio de locação estimado em R$ 120 por metro quadrado. A lista de inquilinos inclui nomes como Caixa Econômica Federal, Enel, Icatu, Ímpar e o escritório de advocacia Tauil & Chequer, que, inclusive, assessorou os vendedores na transação.
O edifício conta com 68,2 mil m² de área privativa, distribuídos por 19 andares, além de 950 vagas de estacionamento. Se concretizada, a compra reforça o interesse da Brookfield em ativos estratégicos no coração do Rio, apostando na valorização da zona portuária a médio e longo prazo.