Em reportagem publicada nesse domingo (29), a revista britânica The Economist traçou um panorama crítico da atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmando que ele não apenas enfrenta queda de popularidade no Brasil, como também perde relevância no cenário global.
O texto acusa Lula de adotar uma postura “cada vez mais hostil ao Ocidente”, ao romper com posições tradicionais de democracias ocidentais e estreitar laços com países como China e Irã.
Um dos exemplos citados é a condenação, por parte do governo brasileiro, aos ataques dos Estados Unidos a instalações nucleares iranianas. Segundo a revista, o posicionamento isolado do Itamaraty colocou o Brasil em desacordo com outras democracias que, em sua maioria, apoiaram ou apenas expressaram preocupação com a ação norte-americana.
A tendência, segundo a publicação, é que o afastamento do Ocidente se intensifique com a realização da Cúpula dos Brics no Rio de Janeiro, evento liderado pelo Brasil, que atualmente ocupa a presidência do grupo.
A entrada do Irã no bloco em 2024 reforça, segundo a revista, a aproximação do governo Lula com regimes autoritários. A reportagem observa que diplomatas brasileiros tentam evitar temas polêmicos no encontro, como a discussão sobre uma moeda alternativa ao dólar — tópico rejeitado por Donald Trump.
The Economist também aponta que, mesmo com a deterioração das relações com os EUA, Lula não buscou reaproximação com o governo Trump e sequer se reuniu com o ex-presidente norte-americano. “O Brasil é a maior economia cujo líder não apertou a mão de Trump”, destaca o texto, acrescentando que Lula optou por intensificar as relações comerciais com a China.
No plano regional, a relação entre Lula e o presidente da Argentina, Javier Milei, é considerada distante, marcada por diferenças ideológicas e pouca interlocução.
Além das críticas à condução da política externa, a revista ressalta a perda de apoio interno. Aponta que a popularidade do presidente atingiu o nível mais baixo de seus três mandatos, especialmente após a derrota do governo em uma tentativa de aumentar o IOF via decreto.
A matéria destaca ainda que o avanço da direita no país continua a prejudicar o PT, constantemente lembrado pelos eleitores por escândalos de corrupção.
A reportagem menciona a proximidade ideológica entre Donald Trump e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e projeta um possível retorno da direita ao poder em 2026, caso ela se unifique em torno de um novo nome.
“Bolsonaro provavelmente será preso em breve por supostamente tentar um golpe após perder a eleição em 2022, mas, se escolher um sucessor e a direita se unir, a presidência será deles”, escreveu a revista.
Por fim, a publicação sugere que a irrelevância do Brasil no discurso de Trump pode ser explicada tanto pelo déficit comercial entre os dois países quanto por razões geopolíticas.
“Mas seu silêncio também pode ser porque o Brasil, relativamente distante e geopoliticamente inerte, simplesmente não importa tanto quando se trata de questões de guerra na Ucrânia ou no Oriente Médio. Lula deveria parar de fingir que importa e se concentrar em questões mais próximas”, conclui a revista em tom irônico. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: The Economist; G1)
Curso online
‘Conheça Sua Bíblia de Capa a Capa’
Preço promocional
Link para saber mais na imagem!
Volvo XC60 se torna o modelo mais vendido da marca na história
Governo autoriza ‘IA’ para localizar desaparecidos e recapturar detentos