A tensão no Oriente Médio atingiu um novo patamar nesta segunda-feira (23), com o anúncio oficial do Iêmen de que passará a integrar diretamente o conflito ao lado do Irã, contra Israel e os Estados Unidos.
O posicionamento do governo iemenita ocorre após os bombardeios realizados pelos EUA, no sábado (21), contra estruturas nucleares iranianas.
A declaração foi feita pelo brigadeiro-general Yahya Saree, porta-voz das Forças Armadas do Iêmen, em publicação nas redes sociais, segundo informações divulgadas pelo portal Teheran Times.
“O Iêmen está oficialmente entrando na guerra. Mantenham seus navios longe de nossas águas territoriais. Prontidão para participar do ataque a navios e navios de guerra americanos no Mar Vermelho, caso o inimigo americano lance uma agressão em apoio ao inimigo israelense contra a República Islâmica do Irã”, afirmou Saree.
O comunicado foi divulgado dias após o Exército iemenita emitir nota oficial condenando os ataques conduzidos por Israel contra Gaza, Líbano, Síria e outros países da região. Segundo os militares, tais ações fazem parte de uma tentativa de desestabilização ampla no Oriente Médio, apoiada diretamente pelos Estados Unidos.
Enquanto isso, Israel voltou a bombardear hoje (23) alvos estratégicos em solo iraniano. O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, confirmou que as Forças de Defesa de Israel (IDF) estão realizando ataques “com intensidade sem precedentes” no coração de Teerã. Entre os alvos está a sede da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), onde, de acordo com as IDF, diversos soldados iranianos foram mortos.
Segundo o Exército israelense, as ofensivas atingiram também o quartel-general da Basij — organização subordinada à IRGC —, acusada de fiscalizar o cumprimento do código islâmico e denunciar civis às autoridades. Outro alvo foi o Corpo de Alborz, unidade militar responsável pela segurança de várias cidades na província de Teerã, além de atuar em conjunto com os serviços de inteligência e a polícia de segurança interna do país.
As explosões provocaram densas nuvens de fumaça sobre a capital iraniana, indicando a intensidade dos bombardeios. Pouco antes, Israel já havia realizado um novo ataque à instalação nuclear subterrânea de Fordow, alvo também da ofensiva americana no fim de semana. Construída no interior de uma montanha, Fordow é uma das instalações nucleares mais protegidas do Irã.
De acordo com relatório divulgado pelas Forças de Defesa de Israel, o objetivo dos ataques à Fordow seria “interromper” o acesso e o funcionamento da instalação, reforçando a estratégia conjunta com os EUA de desarticular a capacidade nuclear do Irã.
O envolvimento direto do Iêmen amplia ainda mais o risco de um conflito regional de grandes proporções, agora envolvendo abertamente forças militares aliadas de Teerã. Com a escalada, a estabilidade no Oriente Médio entra em sua fase mais crítica dos últimos anos, com potências globais e regionais já em confronto ativo. (Foto: reprodução X; Fonte: Metrópoles; Poder360)
