Saiba o que disse à polícia o piloto do balão que caiu em SC

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Em depoimento prestado à Polícia Civil de Santa Catarina, o piloto Elvis de Bem Crescêncio relatou momentos de desespero logo após a decolagem do balão que caiu e pegou fogo em Praia Grande, no último sábado (21), deixando oito mortos e 13 sobreviventes.

Segundo ele, o incêndio começou cerca de dois minutos após o início do voo, quando percebeu um cheiro de queimado vindo do compartimento de gás.

“Ali, com algo em torno de 2 minutos de voo, eu sinto um cheiro de queimado dentro do cesto e quando eu olho para baixo a capa do tanque de gás tinha o início de um incêndio. Comecei com o pé tentando apagar o fogo e não consegui. Peguei o extintor de incêndio que tem no balão e tirei o lacre. Na hora que apertei, não saiu nada de pó. Estou com os dedos todos queimados. Tentei arrancar”, contou o piloto em seu depoimento, revelado pelo Fantástico, da TV Globo.

Ainda segundo Crescêncio, as condições meteorológicas eram favoráveis no momento da decolagem. Ele destacou que cerca de 50 balões estavam no ar naquela manhã, e o equipamento utilizado pela empresa Sobrevoar Serviços Turísticos tinha capacidade para transportar até 1.950 kg.

“É um balão que levanta até 1.950 kg. Ele tem uma força tremenda. Entendi que dava para decolar. Todo mundo decolou, havia em torno de 45 a 50 balões [na região]”, disse.

Ao perceber que as chamas não podiam ser contidas, o piloto decidiu realizar uma manobra de emergência para perder altitude e se aproximar do solo. A estratégia era permitir que os passageiros saltassem do cesto antes que a situação se agravasse.

“Quando o balão pousou no chão eu falei para o pessoal pular. Eu já não tinha mais comando, eu pulei também e uma galera também pulou. O que aconteceu foi que o balão acabou decolando com essas pessoas que não conseguiram pular do cesto. Aí foi horrível”, relatou.

Com a saída de 13 pessoas, o balão perdeu peso repentinamente e voltou a subir, levando ainda oito ocupantes. Segundo as investigações, quatro delas pularam em queda livre de aproximadamente 150 metros de altura.

As outras quatro permaneceram no cesto, que explodiu em pleno ar, causando a morte por carbonização. De acordo com a Polícia Civil, toda a sequência do acidente durou pouco mais de quatro minutos.

Crescêncio afirmou ainda possuir mais de três anos de experiência na atividade, somando cerca de 700 horas de voo em balões e sendo habilitado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). A empresa operadora do passeio suspendeu suas atividades por tempo indeterminado após o ocorrido.

A investigação conduzida pela polícia busca esclarecer se houve falhas nos equipamentos de segurança e se o extintor de incêndio, citado pelo piloto, estava dentro das normas técnicas. Especialistas alertam para a importância da fiscalização rigorosa em voos turísticos, especialmente diante do crescimento dessa modalidade no país.

A tragédia mobilizou autoridades locais e chocou a população da região, conhecida pelos passeios de balão. O caso segue em apuração. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: Poder360)

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