De destaque positivo no mercado a motivo de cautela entre investidores, o Banco do Brasil viu seu cenário virar após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2025.
O lucro líquido ajustado reportado foi de R$ 7,374 bilhões — uma retração de 20,7% em relação ao mesmo período de 2024. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) também recuou, fechando o trimestre em 16,7%, queda de quase 5 pontos percentuais em 12 meses.
Entre os fatores que mais pressionaram o desempenho do banco está a Resolução nº 4.966, implementada neste ano pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A norma exige que os bancos antecipem o provisionamento de recursos para cobrir possíveis inadimplências. Essa exigência afetou diretamente o BB, principalmente por conta do aumento da inadimplência na carteira rural, que saltou de 1,19% para 3,04% em apenas um ano.
A deterioração no setor agrícola tem sido impulsionada por um número crescente de empresas em recuperação judicial, forçando o banco a elevar suas provisões.
A insegurança do mercado foi ampliada pela decisão da instituição de revisar suas projeções para 2025, incluindo o custo do crédito, a margem financeira bruta e o lucro líquido ajustado.
Como reflexo, diversas casas de análise reavaliaram sua posição em relação às ações BBAS3. A Ágora Investimentos e o Bradesco BBI rebaixaram suas recomendações de “compra” para “neutra” e ajustaram o preço-alvo para R$ 31. Ambas destacaram que o início do ano foi mais desafiador do que o previsto, com crescimento modesto da receita e níveis elevados de inadimplência.
Essas duas instituições também reduziram suas estimativas de lucro líquido do banco em 19% para os anos de 2025 e 2026, projetando R$ 32,6 bilhões e R$ 36,1 bilhões, respectivamente. A Genial Investimentos seguiu a mesma linha, alterando sua recomendação para “manutenção” e cortando o preço-alvo de R$ 40,30 para R$ 31,40.
O Santander também revisou sua recomendação, reduzindo-a para “manutenção” com um novo preço-alvo de R$ 26 — bem abaixo dos R$ 45 anteriormente estimados. No mesmo movimento, o BTG Pactual passou a classificar as ações do BB como neutras, definindo um preço-alvo de R$ 30 e alertando que os números podem se deteriorar ainda mais antes de qualquer melhora.
A XP Investimentos também entrou na onda de rebaixamentos, alterando sua recomendação para neutra e cortando o preço-alvo de R$ 41 para R$ 32 por ação. A corretora ainda revisou sua expectativa de dividend yield, que passou de 11,2% para 8,2% em 2025.
Todo esse cenário negativo foi refletido no desempenho da BBAS3 na bolsa. Até 15 de maio, véspera da divulgação do balanço, os papéis acumulavam alta de 25% no ano.
Após a publicação dos números, a trajetória se inverteu: as ações passaram a recuar e, no fechamento desta sexta-feira (13), estavam cotadas a R$ 21,58 — queda de 7,14% em 2025. Em 14 de maio, na máxima do ano, os papéis chegaram a valer R$ 29,22. (Foto: EBC; Fonte: Einvestidor/Estadão)
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