A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou nesta quarta-feira (18) que a recente valorização do petróleo no mercado internacional ainda não é motivo para alterar os preços dos combustíveis no Brasil.
Segundo ela, a companhia adotará uma postura cautelosa e não fará ajustes enquanto não houver uma tendência consolidada.
“O cenário de petróleo alto tem cinco dias, é bem recente”, declarou Magda durante entrevista em comemoração ao seu primeiro ano à frente da estatal. “Quando a gente fala de preços do diesel e da gasolina, a gente não faz nenhum movimento abrupto.”
A cotação do barril de Brent, referência global, subiu cerca de US$ 10 nos últimos dias, impulsionada pelo aumento das tensões no Oriente Médio, especialmente com o agravamento do conflito entre Israel e Irã. A preocupação é que a crise possa afetar o fornecimento global de petróleo.
Apesar do cenário internacional, a Petrobras ainda opera com significativa defasagem em relação ao mercado externo. De acordo com a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), nesta quarta-feira o diesel estava cerca de 17% abaixo da paridade de importação, o que equivale a R$ 0,55 por litro. No caso da gasolina, a diferença era de 6%, ou R$ 0,16 por litro.
“Com cinco dias [de alta], a gente não vai fazer nada”, reforçou a presidente da Petrobras. “Só reagimos quando identificamos uma tendência. Não queremos trazer instabilidade e volatilidade de preços para o consumidor brasileiro.”
Claudio Schlosser, diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, comentou que a empresa importa petróleo leve da Arábia Saudita, mas acredita que o risco de fechamento do Estreito de Ormuz — rota estratégica para o transporte da commodity — é improvável.
Ainda assim, segundo ele, há alternativas para garantir o abastecimento, especialmente de matérias-primas usadas na produção de lubrificantes na refinaria de Duque de Caxias (RJ). (Foto: EBC; Fonte: Folha de SP)
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