Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que há um “vício insanável” nas investigações que apuram uma possível tentativa de golpe envolvendo seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e classificou o processo como uma “farsa”.
A declaração foi dada à CNN nesta segunda-feira (16), após a defesa do coronel Marcelo Câmara apresentar à Justiça prints de mensagens que teriam sido enviadas por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, por meio de um perfil no Instagram.
Segundo o senador, os novos elementos reforçam a tese de que Cid foi pressionado a incriminar injustamente o ex-presidente e que nunca houve, de fato, qualquer plano de ruptura institucional. “É o fim da farsa do golpe. Esse processo, fabricado para tentar incriminar Bolsonaro, tem que ser imediatamente anulado”, afirmou.
Flávio disse ainda que este é o segundo indício público de que Cid teria negado qualquer articulação sobre golpe ou os atos do dia 8 de janeiro de 2023. “Ele foi coagido a mentir na Polícia Federal e em juízo”, acrescentou, apontando que os diálogos apresentados agora expõem contradições graves na investigação conduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O filho do ex-presidente também direcionou duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF. Para Flávio, há uma tentativa deliberada de condenar Bolsonaro e aliados próximos. “É um esforço aloprado. Um vício gravíssimo e insanável! Por muito menos, toda a operação Lava Jato foi anulada para colocar Lula de volta no jogo político”, declarou.
Em tom ainda mais incisivo, o senador defendeu que o Supremo reavalie o papel do ministro no processo. “Está na hora de o STF largar a mão de Alexandre de Moraes, recolocar o país no rumo democrático e permitir que a população decida se Bolsonaro deve ou não voltar à Presidência do Brasil”, concluiu.
As falas de Flávio Bolsonaro foram dadas no mesmo dia em que a Polícia Federal concluiu outra frente de investigação: o inquérito que apura a existência de uma suposta “Abin paralela”, estrutura de espionagem ilegal que teria funcionado durante o governo Bolsonaro. O relatório final da PF inclui o nome do ex-presidente entre os indiciados, o que provocou nova reação do senador.
Ao ser questionado novamente pela CNN, Flávio classificou o indiciamento do pai como mais um episódio de perseguição política. “É mais uma acusação mentirosa, sem pé nem cabeça”, disse. Ele argumentou ainda que Jair Bolsonaro não foi sequer ouvido formalmente no processo, o que, em sua visão, evidencia a falta de fundamento jurídico das acusações.
O senador também saiu em defesa do irmão, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), citado na investigação. Para Flávio, a citação a Carlos se baseia apenas em uma mensagem que sequer foi respondida. “É uma perseguição. E não é coincidência que isso venha à tona justamente quando Carlos sinaliza a intenção de disputar uma vaga no Senado”, afirmou.
Por fim, Flávio Bolsonaro avaliou que os indiciamentos recentes fazem parte de uma “estratégia recorrente” para desviar o foco do conteúdo revelado nos áudios de Mauro Cid. “Querem tirar rapidamente do noticiário os fatos graves contidos nos diálogos de Cid, que, se ainda existir lei nesse país, deverão levar à anulação de sua delação premiada”, concluiu. (Foto: Ag. Senado; Fonte: CNN)
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