Folha de SP diz que culpa por ‘desajuste fiscal’ é de Lula

direitaonline

Em um editorial publicado nesse fim de semana, a Folha de S.Paulo fez duras críticas à condução da política fiscal pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apontando omissão do presidente em liderar um ajuste nas contas públicas e classificando a situação atual como uma “crônica crise fiscal”.

Segundo o jornal, “sem liderança política do Executivo, dada a interdição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a qualquer discussão sobre controle de despesas, o país permanece preso em crônica crise fiscal, com as contas públicas em desajuste alarmante”.

A Folha relembra que, ainda antes da posse, o atual governo patrocinou um aumento de gastos permanentes de R$ 150 bilhões por meio da chamada “PEC da Gastança” e, desde então, vem adotando medidas que, segundo o jornal, agravam o quadro fiscal.

“Depois de patrocinar um aumento de gastos permanente de R$ 150 bilhões ao ano por meio da PEC da Gastança, ainda antes da posse, e de adotar regras insustentáveis para a expansão de gastos obrigatórios, o governo petista se limita a trabalhar com medidas paliativas, visando chegar a 2026 sem uma crise aguda.”

Conforme o editorial, a atual tentativa de elevar impostos – como o IOF e tributos sobre apostas, fintechs e instrumentos financeiros hoje isentos – enfrenta resistência por falta de um plano mais abrangente.

“O impasse político em torno dessas medidas — corretas, isoladamente, mas que teriam mais legitimidade se houvesse um plano de contenção das despesas — é prova de que não será possível avançar sem um compromisso claro do Palácio do Planalto.”

Ainda segundo a Folha, culpar os governos anteriores já não cola: “Culpar gestões anteriores, como fez novamente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é uma estratégia desgastada que não exime o governo Lula de responsabilidade nem comprará alguma boa vontade do eleitorado.”

O jornal ainda aponta que a deterioração fiscal é mensurável e já verificada por órgãos independentes. “A piora dos resultados é clara e decorre de escolhas imprudentes da atual administração. Segundo a Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado, o resultado primário estrutural da União — que exclui gastos com juros e itens não recorrentes do Orçamento — passou de um superávit de 0,3% do PIB em 2022 para déficits de 1,4% e 1,7% do PIB em 2023 e 2024, respectivamente.”

O editorial também aborda a falta de debate sobre reformas estruturais. “A resistência em discutir reformas estruturais, como a desvinculação entre os gastos com saúde e educação e o crescimento das receitas ou entre os benefícios previdenciários e o salário mínimo, deixa em suspenso qualquer possibilidade de recuperar a capacidade financeira e administrativa do Estado.”

Encerrando com um alerta direto ao presidente, a Folha afirma: “Lula faria melhor em abandonar a retórica populista e liderar um entendimento nacional sobre o ajuste fiscal, sob pena de legar uma herança maldita — possivelmente para si próprio.” (Foto: EBC)

E mais:
Caixa libera R$ 6 bilhões em nova etapa do saque do FGTS

Câmara aprova pedido de urgência para projeto que suspende aumento do IOF

SBT relança “Topa Tudo por Dinheiro”

Brasil tem três cidades entre os destinos com hospedagens de luxo mais caras do mundo

Museu do Louvre fecha por greve de funcionários

Damares aciona Secom por explicações sobre gasto bilionário em publicidade

Narla Aguiar deixa a Record após mais de uma década

Gostou? Compartilhe!
Next Post

Boulos vence Nunes na Justiça

A Justiça de São Paulo indeferiu dois pedidos de indenização por danos morais feitos pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) contra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP). As decisões, assinadas pela juíza Paula Velloso Rodrigues Ferreri, da 19ª Vara Cível, foram divulgadas na última sexta-feira (13). As ações foram movidas ainda […]