O nome da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi oficialmente inserido, nesta quinta-feira (5), na lista de difusão vermelha da Interpol, atendendo a uma solicitação da Polícia Federal.
Na última terça-feira, ela anunciou que deixou o país. O pedido foi autorizado por Alexandre de Moraes, que determinou à PF que adotasse as providências necessárias para solicitar o apoio internacional.
A autorização final para o nome de Zambelli entrar no sistema da Interpol passou por um comitê sediado em Lyon, na França.
Segundo Moraes, a parlamentar saiu do Brasil “com o claro propósito de evitar a aplicação da lei penal”, citando a proximidade do julgamento dos embargos apresentados contra a decisão que a condenou, bem como a possível cassação de seu mandato.
A medida foi tomada após solicitação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que reagiu ao anúncio público da saída do país pela deputada. A Câmara dos Deputados será formalmente comunicada e, caso Zambelli seja detida, o plenário deverá decidir se a prisão será mantida.
Na decisão, Moraes destacou que, mesmo após ser condenada, Zambelli demonstra intenção de seguir com “ações criminosas”, com o objetivo de “enfraquecer instituições e atacar o Estado Democrático de Direito”. O ministro afirmou que a deputada insiste “mesmo que de modo atabalhoado e confuso”, em divulgar “notícias fraudulentas” e atacar o Judiciário.
“Lamentavelmente, o intuito criminoso de Carla Zambelli permanece ativo e reiterado, insistindo a condenada — mesmo que de modo atabalhoado e confuso — na divulgação de notícias fraudulentas, no ataque à lisura das eleições e nas agressões ao Poder Judiciário”, escreveu Moraes.
Além da ordem de prisão, o ministro do STF ordenou o bloqueio de bens, valores e contas bancárias da deputada, a suspensão de repasses da Câmara ao seu gabinete e a derrubada de seus perfis nas redes sociais.
De acordo com sua assessoria, na manhã da última quarta-feira (4), Zambelli estava na Flórida, nos Estados Unidos.
Em nota, a parlamentar criticou o fato de a decisão ter sido tomada individualmente por Moraes e afirmou que levará o caso a organismos internacionais. “Denunciarei esse abuso, essa perseguição e essa escalada autoritária em todos os fóruns internacionais possíveis. O mundo precisa saber que, no Brasil, ministros do Supremo agem como imperadores, atropelando leis, calando vozes, destruindo famílias. Essa perseguição política está apenas começando a ser exposta”, declarou.
A Interpol já havia rejeitado pedidos de inclusão dos nomes de Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio na lista vermelha, após questionamentos dos países onde ambos se encontram.