A defesa de Geraldo Filipe da Silva, morador de rua absolvido pelo STF no processo do ‘8 de Janeiro’ depois de ficar preso por 320 dias, planeja exigir uma indenização do Estado brasileiro. Silva foi o primeiro réu do caso a ser inocentado no Supremo.
“’Ninguém vai devolver os quase onze meses de vida que ele perdeu estando preso indevidamente. Geraldo poderia ter morrido no presídio. A PGR foi tão ou mais conivente do que o STF ao apresentar uma denúncia genérica contra Geraldo e demorar tanto tempo para mudar de posição. O Estado não pode ser uma máquina de moer gente’”, afirmou a advogada de Silva, Tanieli Telles, em conversa com a coluna do jornalista Guilherme Amado, do portal Metrópoles. Ela defende uma punição exemplar e avalia cobrar do Estado indenizações por danos morais e materiais pelo caso.
A PGR mudou completamente de posição durante o processo. Em fevereiro do ano passado, o subprocurador-geral Carlos Frederico Santos denunciou Geraldo Filipe da Silva e outros detidos em Brasília pelos supostos crimes de: ‘associação criminosa armada, abolição violenta do Estado, golpe de Estado, uso de substância inflamável, deterioração de patrimônio tombado, concurso de pessoas e concurso material’. O STF aceitou a denúncia e tornou Silva réu ainda em fevereiro.
Em novembro, porém, o subprocurador-geral recuou e pediu a absolvição e a liberdade de Silva, citando que ele é uma pessoa em situação de rua. A PGR apontou que não havia provas o suficiente para processar o réu e queele não tinha qualquer relação com os atos.
Moraes deu liberdade provisória a Silva no mesmo mês, mas não aceitou o pedido da PGR para arquivar o processo. Hoje, Silva ainda não está completamente em liberdade, porque usa tornozeleira eletrônica e cumpre outras medidas cautelares.
Em depoimento ao STF, policiais militares que prenderam o homem afirmaram que ele estava sendo agredido por outros manifestantes depois de ter sido acusado de atear fogo em uma viatura da polícia.
Geraldo Filipe da Silva explicou à Justiça que trabalhava como serralheiro e foi a Brasília tentar um novo emprego. Segundo seu depoimento, à época do 8 de janeiro, Silva vivia nas ruas três meses.
Ele disse que, naquele dia, foi se alimentar num centro de assistência social do governo do DF próximo à Esplanada dos Ministérios, e estava curioso com a movimentação. Ele disse que não invadiu nada e que não se manifestou politicamente. E mais: Ucrânia atinge cidade russa e refinaria de petróleo no segundo dia da votação presidencial. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fonte: Metrópoles)