A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) se manifestou nesta quinta-feira (15) após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão. Em pronunciamento à imprensa, ela declarou que não conseguiria sobreviver em regime fechado e classificou a decisão como injusta. Zambelli também reivindicou que a Câmara dos Deputados se posicione a seu favor.
A Primeira Turma do STF considerou a parlamentar culpada por falsidade ideológica e pela invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão inclui, ainda, a perda do mandato. No entanto, as sanções só entrarão em vigor após o fim de todos os recursos possíveis.
Durante a fala, Zambelli reforçou que não há provas contra ela e afirmou: “Se acontecer de ter a prisão, vou me apresentar para a prisão. Mas não me vejo capaz de ser cuidada da maneira como eu devo ser cuidada.”
A deputada relatou sofrer de depressão e de dois problemas de saúde que a impediriam de suportar a vida na cadeia. “Eles [médicos] são unânimes em afirmar que eu não sobreviveria na cadeia”, disse.
De acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli teria orquestrado a invasão dos sistemas do CNJ com a ajuda do hacker Walter Delgatti Neto. O objetivo seria a emissão de falsos alvarás de soltura, com potencial para causar desordem no Judiciário. Ela rejeita a versão apresentada: “Seria muita burrice e não colocaria mandado em risco por uma brincadeira sem graça.”
O Partido Liberal (PL) acionou a Câmara para tentar suspender o processo, como já havia feito no caso do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). Zambelli comentou a iniciativa:
“O caso do Ramagem envolve muitas pessoas e é mais fácil de provar que ele não tem nada a ver com a história. Ou não, não sei. Eu mesmo dei um passo atrás na minha defesa, quando vi que ele precisava.”
A deputada também afirmou que o hacker Delgatti tem mudado suas versões ao longo do processo e negou qualquer envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“A própria Polícia Federal nomeia ele [Delgatti] como um mitômano. A gente percebe que tem versão que eu daria um emprego para ele, tem versão que é o [ex-]presidente que daria emprego, tem versão que ele receberia dinheiro. O advogado diz agora que ele fez isso por vaidade”, declarou.
E concluiu: “Jair Messias Bolsonaro não tem nenhuma relação com esse caso, até porque eu não tenho nenhuma relação com esse caso.” E mais: ‘Bola de fogo’ vista por brasileiros provavelmente é foguete de Elon Musk. Clique AQUI para ver. (Foto: Ag. Câmara; Fonte: Folha de SP)