O governo do ex-presidente Donald Trump já projeta eventuais reações de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) à aplicação de sanções contra o ministro Alexandre de Moraes e, segundo revelou a coluna de Paulo Cappelli, no portal Metrópoles, analisa expandir as punições para outros integrantes da Corte e seus cônjuges.
“O Departamento de Justiça dos Estados Unidos mapeou magistrados do Supremo brasileiro casados com mulheres que possuem escritórios de advocacia”, diz a reportagem. Com isso, a Casa Branca estuda “estender sanções financeiras às esposas desses ministros como forma de reforçar as punições direcionadas a integrantes do STF”.
O argumento do governo Trump, conforme a coluna, é que “a maior parte da renda familiar dos magistrados viria desses escritórios de advocacia e, portanto, a extensão seria necessária para a efetividade do bloqueio”.
A sanção impediria empresas com negócios nos EUA e cidadãos norte-americanos de contratar os serviços desses escritórios. A medida, no entanto, não incluiria filhos dos magistrados, pois seus bens não se comunicam com os dos pais.
De acordo com o levantamento citado por Cappelli, as esposas de quatro ministros mantêm ligação direta com escritórios de advocacia:
Viviane Barci de Moraes, esposa de Alexandre de Moraes; Guiomar Feitosa Mendes, casada com Gilmar Mendes; Roberta Maria Rangel, esposa de Dias Toffoli; e Valeska Teixeira Zanin Martins, esposa de Cristiano Zanin.
Na quarta-feira (21/5), o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, confirmou a possibilidade de aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes. “Há grande possibilidade”, afirmou Rubio, conforme revelou a coluna, que já havia publicado em fevereiro que a medida vinha sendo tratada sob sigilo pela Casa Branca.
Inicialmente, o foco das sanções se concentrava nas decisões de Moraes relacionadas à suspensão de redes sociais e retirada de perfis em plataformas. Segundo a reportagem, os Estados Unidos chegaram a publicar uma nota oficial denunciando “censura” no Brasil. Agora, além disso, entrou no radar a acusação de perseguição política a opositores.
Durante audiência no Congresso norte-americano, o deputado republicano Cory Mills afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro seria alvo de “iminente prisão politicamente motivada”. Esse argumento, segundo Cappelli, também passou a embasar a intenção do governo Trump em endurecer a resposta ao STF.
Antes mesmo dessa nova escalada, o Congresso dos EUA já havia avançado com um projeto de lei para retirar o visto de entrada de Alexandre de Moraes.
Por fim, a reportagem indica que, além dos ministros e suas esposas, o governo Trump avalia aplicar sanções também a outras autoridades brasileiras, como juízes auxiliares do STF, membros da Procuradoria-Geral da República (PGR) e delegados da Polícia Federal. E mais: A nova versão do ‘PL da Anistia’. Clique AQUI para ver. (Foto: STF; Fonte: Metrópoles)
