Durante uma coletiva de imprensa realizada em Mar-a-Lago, na Flórida, nesta terça-feira (7/1), o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que, caso os reféns mantidos pelo Hamas em Gaza não sejam libertados até sua posse, marcada para 20 de janeiro, “o inferno vai se instalar no Oriente Médio”. Trump criticou a organização pelo ataque de 7 de outubro contra Israel e prometeu uma resposta severa.
“Não será bom para o Hamas e não será bom, francamente, para ninguém. O inferno vai explodir. Não preciso dizer mais nada, mas é isso”, afirmou Trump, reforçando que o ataque nunca deveria ter ocorrido.
Ainda durante a coletiva, Trump surpreendeu ao sugerir renomear o Golfo do México para “Golfo da América”. “Nós vamos mudar o nome. A gente faz todo o trabalho lá. Que nome lindo. E é apropriado”, comentou, sem apresentar detalhes sobre como implementaria a mudança.
O presidente eleito também abordou o Canal do Panamá e reiterou seu interesse em colocar a região e a Groenlândia sob controle dos Estados Unidos. Questionado sobre o uso de medidas militares ou econômicas para alcançar esse objetivo, Trump respondeu: “Não, não posso lhe garantir nenhuma dessas duas coisas. Mas, posso dizer isso, precisamos deles para a segurança econômica. O Canal do Panamá foi construído para nossos militares. Ele é vital para o nosso país.”
Trump ainda acusou a China de abusar do controle operacional do canal, ressaltando que o território foi entregue ao Panamá e não ao governo chinês. As declarações reforçam a postura assertiva e controversa do republicano sobre política externa e soberania. Veja abaixo a entrevista em inglês e, a seguir a transcrição traduzida da fala do presidente eleito.
“Repórter: Mas quando você diz que “o inferno vai explodir”, isso significa que todo o inferno terá que ser pago se eles não libertarem os reféns?
Trump: Deixe-me explicar. Todo o inferno vai explodir se esses reféns não forem libertados. Não quero prejudicar as negociações, mas, se eles não forem devolvidos antes de eu assumir o cargo, o inferno vai estourar no Oriente Médio. E isso não será bom para o Hamas, nem será bom, francamente, para ninguém. O inferno vai acontecer. Não preciso dizer mais nada, mas é isso.
Esses reféns já deveriam ter sido devolvidos há muito tempo. Eles nunca deveriam ter sido levados. Nunca deveria ter ocorrido o ataque de 7 de outubro. Muitas pessoas foram mortas. Não são mais apenas reféns.
Tenho pessoas de Israel e de outros lugares me ligando, implorando. E, para que fique claro, também temos cidadãos americanos entre os reféns. Eu tive mães e pais vindo até mim, chorando, pedindo: “Posso, pelo menos, trazer o corpo do meu filho de volta? Posso trazer o corpo da minha filha de volta?” Eles me falam de suas filhas — jovens lindas, de 19 ou 20 anos —, que foram brutalmente puxadas pelo rabo de cavalo e jogadas em carros como se fossem sacos de batata. Pergunto o que aconteceu com elas, e a resposta é: “Elas estão mortas.”
Steve tem um trabalho a fazer. Ele é um ótimo negociador, uma ótima pessoa, e eles o respeitam lá. É disso que precisávamos. Temos pessoas que entendem tudo sobre o Oriente Médio, mas, às vezes, elas não sabem como negociar. Steve é o negociador certo. Negociadores assim são raros, como grandes cirurgiões.
Digo isso claramente: não quero prejudicar as negociações. Mas, se o acordo não for fechado antes de eu assumir o cargo, o inferno vai explodir no Oriente Médio. Isso acontecerá em duas semanas.
Obrigado.” (Fonte: Metrópoles)