O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo (Sintect-SP) alertou para um “colapso financeiro e operacional” na estatal, com reflexos em diversas frentes: paralisação de motoristas terceirizados, atraso no pagamento de aluguéis de agências e dificuldades no atendimento do plano de saúde dos funcionários.
De acordo com Douglas Melo, diretor do sindicato, a situação se agravou com a interrupção dos serviços prestados por transportadoras terceirizadas, responsáveis por entregas em regiões como a zona sul paulistana e centros logísticos em Jaguaré, Santo Amaro, Guarulhos e Cajamar.
No Rio, o complexo de Benfica também estaria afetado. “São toneladas de encomendas paradas, sem previsão de entrega”, afirma. Ele também relata que a frota própria dos Correios enfrenta dificuldades para abastecer, devido a dívidas com postos de combustíveis.
Desde 30 de maio, os Correios assumiram ainda o atendimento presencial a aposentados e pensionistas do INSS, sobrecarregando os trabalhadores, segundo o sindicato. A estatal teve prejuízo de R$ 2,59 bilhões em 2023 e busca cortar R$ 1,5 bilhão em despesas até 2025. Entre as medidas, estão o Programa de Desligamento Voluntário (PDV), redução de jornada com corte salarial e suspensão de férias.
O sindicato, porém, defende a contratação de 3.500 concursados aprovados em dezembro de 2024. “O concurso foi homologado, mas ninguém foi chamado. Essa força de trabalho é essencial para aliviar as unidades”, diz Melo.
A estatal informou que o PDV 2024 já teve 1.176 desligamentos e outros 2.716 inscritos, totalizando 3.892 adesões — cerca de 4,6% do quadro nacional e 17% do efetivo em São Paulo.
Em meio à crise, a Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios) protocolou sua pauta de reivindicações e aguarda reunião com a empresa até 24 de junho. A federação diz que os trabalhadores não devem arcar com as consequências da má gestão financeira.
Entre os casos mais críticos, o sindicato cita duas unidades em São Paulo: a agência de Campo Limpo, que estaria sob ordem de despejo, e a de Ferraz de Vasconcelos, já despejada, com risco de fechamento do centro de distribuição local. A empresa não respondeu sobre esses pontos.
Segundo os Correios, 120 agências foram fechadas entre 2023 e 2025. Já sobre o plano de saúde, Melo afirma que há atraso no repasse das contribuições dos funcionários, o que tem afetado o atendimento. “Tive que levar meu filho ao SUS porque nenhum hospital credenciado atendeu”, diz.
A estatal nega irregularidades e garante que o atendimento da Postal Saúde está mantido conforme as normas da ANS. Em caso de indisponibilidade, os beneficiários são direcionados a prestadores que possam realizar o serviço solicitado.
Os Correios também afirmaram à Folha que os serviços de transporte seguem dentro da normalidade e que estão em contato com parceiros para resolver pontualmente eventuais pendências. A empresa diz adotar ações corretivas e operações extras para garantir prazos e minimizar impactos nas entregas.
Sobre os imóveis, a estatal explica que 65% das agências funcionam em locais alugados e que a desocupação de unidades faz parte de um plano de otimização de custos. Segundo a nota, o encerramento ocorre apenas em áreas com sobreposição de cobertura e não deve afetar a população. E mais: Falta de endereço oficial de Carla Zambelli no exterior barra início de extradição. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fonte: Folha de SP)