O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), alvo de indiciamento no inquérito que apura o suposto uso indevido da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitoramento ilegal, reagiu com duras críticas à Polícia Federal. Segundo ele, a corporação estaria criando “narrativas” e agindo com motivação política.
Ex-diretor da Abin durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, Ramagem afirmou em publicação na rede social X que, ao assumir o comando da agência, determinou a fiscalização do sistema FirstMile — a ferramenta apontada como responsável pelos acessos irregulares.
“O início da tal ‘Abin paralela’ surgiu com um sistema first mile. Descobriram que foi minha gestão a exigir controle, apurar utilização, exonerar o diretor responsável e encaminhar à corregedoria, com farta documentação.
A investigação da PF descambou. Revelou-se apenas criatividade endereçada à imprensa; vontade da Abin de não ter controle; uma PF desestruturando a inteligência de estado; e, ao final, rixa política interna contra a administração do Lula na Abin”, escreveu o parlamentar.
Ramagem também prometeu rebater tecnicamente as acusações assim que tiver acesso ao relatório final da investigação. “Vou analisar todos os pontos de forma técnica e fundamentada, contra as narrativas criadas pela PF”, afirmou.
O deputado também criticou o fato de Bolsonaro, seu aliado político, não ter sido ouvido no inquérito antes de seu encerramento. Embora o nome do ex-presidente apareça como beneficiário do esquema, ele não foi formalmente indiciado, segundo a PF, por já responder por organização criminosa em outra ação relacionada ao suposto plano golpista.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda decidirá se ele pode ser processado duas vezes pelo mesmo crime em procedimentos distintos.
A investigação da PF diz que agentes da Abin utilizaram de maneira clandestina o programa FirstMile para rastrear a localização de pessoas consideradas adversárias, explorando vulnerabilidades na rede de telefonia.
Ao todo, 36 pessoas foram indiciadas, incluindo servidores atualmente em postos estratégicos da própria Abin, como o diretor-geral Luiz Fernando Corrêa, o chefe de gabinete Luiz Carlos Nóbrega e o corregedor-geral José Fernando Chuy — todos nomeados no governo Lula e com carreira na Polícia Federal. O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, também figura entre os indiciados. (Foto: Ag. Câmara; Fonte: O Globo)
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