Os oito membros da bancada do PSDB na Câmara Municipal de São Paulo pediram desligamento do partido. Essa medida marca um novo capítulo na crise sem precedentes que assola a legenda no berço da sua origem, a cidade de São Paulo.
Com essa escolha, os tucanos correm o risco de perder sua representação no Legislativo paulistano, especialmente após o encerramento do prazo de filiações em 5 de abril. A única esperança de manter ao menos um parlamentar reside em Carlos Bezerra Jr., atual secretário municipal de Assistência Social, que é vereador licenciado e pretende retomar seu mandato na semana que vem para buscar a reeleição, caso decida permanecer no PSDB.
Em uma entrevista à Folha, Bezerra Jr. afirmou que ainda está ponderando sobre sua permanência no PSDB. Entre os que já deixaram o partido estão Aurélio Nomura (que se filiou ao PSD), Rute Costa (PL), Sandra Santana (MDB) e Beto Social (Podemos). Gilson Barreto, Fábio Riva e João Jorge têm planos de ingressar no MDB na próxima semana. Xexéu Tripoli também aderiu à deserção, mas ainda não definiu seu novo destino político.
Os vereadores citaram diversas razões para essa decisão, incluindo a instabilidade crônica dentro do partido, a ausência de definição sobre a composição da chapa de vereadores e, principalmente, a resistência em apoiar a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Fora de São Paulo, a situação atual do PSDB também não é muito diferente. O partido tem 345 prefeitos em todo o país. A legenda elegeu 520 prefeitos na última eleição, mas 175 deixaram o ninho tucano desde então. Nas eleições de 2012 foram 686 prefeitos eleitos e 803 em 2016.
No Estado de SP, por exemplo, depois de ficar fora do poder pela primeira vez em 28 anos, o PSDB perdeu cerca de 1/4 dos prefeitos no estado. Os principais destinos foram o PSD, de Gilberto Kassab, secretário do governo paulista, e o PL, do ex-presidente Bolsonaro, em busca de uma relação mais próxima com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Na quarta-feira (27), o senador Izalci Lucas também deixou o PSDB e se filiou ao PL em evento que teve participação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Agora, o partido do ex-presidente Bolsonaro soma 13 Senadores, enquanto o PSDB fica com apenas um, Plínio Valério (PSDB-AM). Clique AQUI para ver todas as bancadas por partidos no Senado.