O promotor especial Jack Smith, figura central em dois dos processos criminais movidos contra Donald Trump nos Estados Unidos, renunciou ao cargo neste sábado (11). A saída ocorre poucos dias antes da posse de Trump, presidente eleito nas eleições de novembro, e foi formalizada em documentos apresentados a um tribunal federal.
Jack Smith atuava como Conselheiro Especial no Departamento de Justiça dos EUA, órgão que desempenha funções similares às do Ministério Público Federal brasileiro e supervisiona o FBI, a polícia federal americana.
Em sua gestão, Smith liderou dois dos quatro casos contra Trump, mas viu ambos serem interrompidos antes de chegarem a julgamento.
A renúncia ocorre em meio ao retorno de Trump à presidência, que torna inviável, segundo o próprio Smith, levar adiante os processos. Ele citou uma regra do Departamento de Justiça que impede acusações contra presidentes em exercício. Em nota judicial, sua equipe defendeu o mérito das ações, mas ressaltou que “o iminente retorno de Trump à Casa Branca” inviabiliza qualquer avanço.
Em entrevista a um podcast no ano passado, Trump disse que demitira o promotor “em dois segundos” se fosse eleito naquela eleição.
Os processos conduzidos por Smith envolviam acusações de retenção ilegal de documentos confidenciais por Trump após deixar o cargo e tentativas de reverter sua derrota nas eleições de 2020. Ambos os casos enfrentaram obstáculos legais. No caso dos documentos classificados, a juíza Aileen Cannon, indicada pelo próprio Trump, rejeitou todas as acusações em julho de 2024, alegando irregularidades na nomeação de Smith como Conselheiro Especial.
A Suprema Corte dos EUA também complicou os esforços de Smith, decidindo em agosto que ex-presidentes possuem ampla imunidade para atos oficiais, o que beneficiou Trump em um dos processos.
Após a vitória eleitoral do republicano, o escritório de Smith retirou os recursos ligados a Trump, embora tenha sinalizado que buscará reativar acusações contra associados do ex-presidente acusados de obstrução.
Smith submeteu seu relatório confidencial final no dia 7 de janeiro e se desligou oficialmente do Departamento de Justiça no dia 10. Sua renúncia já era esperada, uma vez que Trump havia prometido demiti-lo assim que reassumisse o cargo. E mais: Eduardo Bolsonaro questiona decisão de Moraes sobre convite de Trump a Jair Bolsonaro. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução vídeo; Fontes: Folha de SP; G1)