O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro registrou uma queda de 2,2% no primeiro trimestre de 2024, de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Com isso, e considerando-se também o desempenho da economia brasileira como um todo até o momento, o PIB do agronegócio pode responder por cerca de 21,5% do PIB do País neste ano, abaixo dos 24% registrados em 2023.
A desvalorização dos preços agropecuários e a redução na produção de importantes commodities agrícolas foram os principais fatores que influenciaram esse resultado.
Todos os setores do agronegócio apresentaram retração: insumos (-4,9%), primário (-3,43%), agroindústria (-1,31%) e agrosserviços (-1,57%).
A queda no valor bruto de produção de fertilizantes, rações, máquinas agrícolas e defensivos afetou particularmente o segmento de insumos.
A queda nos preços de commodities como algodão, café, milho, soja e trigo impactou o PIB do segmento primário agrícola. A expectativa de redução na produção anual, especialmente de milho e soja, também contribuiu para a diminuição de 4,04% no PIB.
INSUMOS – O PIB dos insumos recuou 4,9% no primeiro trimestre do ano, com quedas nos ramos agrícola e pecuário. Pesquisadores do Cepea/CNA indicam que o desempenho desse segmento foi impactado negativamente pelas desvalorizações dos fertilizantes, defensivos, máquinas agrícolas e rações. Para as indústrias de máquinas agrícolas e defensivos, também se observou retração da produção esperada.
PRIMÁRIO – O PIB do segmento primário do agronegócio recuou 3,43% no trimestre, declínio atribuído tanto à agricultura quanto à pecuária. Segundo pesquisadores do Cepea/CNA, o desempenho da agricultura foi impactado negativamente pela desvalorização de importantes commodities que compõem o segmento, como algodão, café, milho, soja, trigo, entre outros, combinada à projeção de queda da produção anual, com destaque para o milho e a soja. Esse cenário persistiu mesmo com a redução dos custos com insumos. No caso da pecuária, pesquisadores do Cepea/CNA explicam que o resultado negativo refletiu a baixa nos preços de atividades importantes, como bovinos para corte, leite e suínos. A queda na pecuária, no entanto, foi amenizada pela expansão importante da produção de bovinos, ovos e leite.
AGROINDÚSTRIA – No segmento agroindustrial, a diminuição de 1,31% no PIB esteve atrelada ao recuo nas indústrias de base agrícola (-2,81%), apesar do crescimento nas de base pecuária (4,23%). Na indústria agrícola, a queda no PIB ocorreu principalmente devido aos preços mais baixos (sobretudo do óleo vegetal, biocombustíveis e celulose e papel), mesmo com o aumento da produção industrial e a redução dos custos com insumos. Na indústria pecuária, apesar das pressões decorrentes da queda nos preços, o PIB foi sustentado pelo aumento esperado na produção de carnes e pescados, couro e calçados e, em menor grau, laticínios.
AGROSSERVIÇOS – O PIB do segmento de agrosserviços caiu 1,57%. Neste caso, também houve descompasso entre os agrosserviços do ramo agrícola, que recuaram 3,98% no trimestre, e os agrosserviços do ramo da pecuária, que cresceram 3,91%. De forma geral, estes resultados refletem as dinâmicas dos segmentos a montante. E mais: Biden apresenta Zelensky como “presidente Putin” em solenidade da Otan. Clique AQUI para ver. (Foto: Pixa Bay; Fonte: Cepea; Canal Rural)