Uma análise publicada pela colunista Raquel Landim, do portal UOL, levanta questões sobre os rumos financeiros da Petrobras sob a gestão atual.
O texto destaca como a decisão de abandonar o modelo de preços alinhado ao mercado internacional, adotada no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), gerou consequências econômicas significativas para a estatal.
A mudança substituiu o Preço de Paridade Internacional (PPI) por uma fórmula que considera custos internos, o que, segundo especialistas, comprometeu ganhos potenciais da companhia em um cenário de alta global nos combustíveis.
De acordo com cálculos do economista Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a Petrobras deixou de lucrar quase R$ 10 bilhões ao comercializar gasolina e diesel por valores inferiores aos praticados no exterior.
“Pelas contas do CBIE, os valores ficaram negativos em R$ 7,6 bilhões na gasolina e de R$ 2,46 bilhões no diesel”, informou a reportagem. Esses números representam o chamado “custo de oportunidade”, um conceito que indica o quanto a empresa poderia ter arrecadado se tivesse seguido os preços internacionais.
De acordo com o texto, esse teria contribuído para a queda vertiginosa de 70% no lucro da Petrobras, que saiu de R$ 124,6 bilhões em 2023 — o segundo maior da história — para R$ 36,6 bilhões em 2024. A divulgação desses resultados, nesta quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025, levou a uma desvalorização superior a 4,5% nas ações da estatal.
Além das perdas com combustíveis, outro ponto de alerta entre analistas é o aumento dos investimentos da Petrobras. A companhia aplicou US$ 5,7 bilhões em 2024, um valor 19% acima do projetado inicialmente.
“O que mais preocupou os analistas, no entanto, foram os investimentos da companhia”, destacou Landim. Há temores de que a estatal esteja relaxando sua disciplina financeira, direcionando recursos para setores historicamente deficitários, como refinarias, estaleiros e fertilizantes, o que pode comprometer sua rentabilidade no longo prazo.
A combinação desses elementos — a nova política de preços e os investimentos elevados — coloca a Petrobras em um momento delicado. A redução no lucro e a reação negativa do mercado sugerem desafios para a empresa equilibrar interesses domésticos e sua competitividade global, reacendendo debates sobre sua estratégia no governo Lula. Leia na íntegra AQUI. E mais: Zanin responde defesa de Bolsonaro sobre afastamento do julgamento de ‘golpe’. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fonte: UOL)