Pela primeira vez, o dólar norte-americano foi cotado a mais de 1.000 pesos no mercado oficial da Argentina. A marca histórica foi alcançada nesta terça-feira (19), refletindo uma desvalorização controlada da moeda local.
A estratégia, implementada pelo banco central após decisão do presidente Javier Milei, estabelece um enfraquecimento gradual do peso argentino em 2% ao mês, um método conhecido como crawling peg. Essa política resulta na necessidade de mais pesos para adquirir um dólar a cada mês.
Luis Caputo, ministro da Economia, defendeu a medida como um incentivo à produção: “O objetivo é ajustar a taxa de câmbio oficial para que os setores produtivos tenham os incentivos adequados para aumentar a produção”.
Desde que Milei assumiu o cargo em dezembro de 2023, a Argentina acumulou US$ 20,2 bilhões em reservas internacionais, segundo dados da Reuters.
A desvalorização ocorre em um contexto de forte ajuste econômico promovido pelo governo. Em sua posse, Javier Milei adotou uma série de cortes, incluindo a paralisação de obras federais, suspensão de repasses financeiros aos estados e retirada de subsídios para serviços essenciais, como água, gás, eletricidade e transporte público.
Embora essas medidas tenham elevado os preços ao consumidor, o governo obteve resultados fiscais positivos. No primeiro trimestre de 2024, o país registrou superávit fiscal pela primeira vez desde 2008, e o presidente busca alcançar o “déficit zero” até o final do ano.
Na manhã desta terça-feira, a moeda argentina apresentou queda de 0,35%, com o dólar cotado a 1.002,5 pesos. O feriado bancário da véspera contribuiu para intensificar a movimentação cambial.
A economia argentina, já em recessão, enfrenta os desafios impostos por essa política rigorosa de ajuste fiscal, enquanto o governo tenta restaurar a estabilidade financeira. E mais: Mensagem de 132 anos é encontrada durante reforma de farol na Escócia. Clique AQUI para ver. (Foto: PixaBay; Fonte: G1)