O motorista da carreta envolvida no acidente que resultou em 41 mortes na BR-116, em Teófilo Otoni (MG), se apresentou à polícia na tarde desta segunda-feira (23). Ele chegou à delegacia da cidade, no Vale do Mucuri, acompanhado de seus advogados. A CNN obteve um vídeo com a chegada do homem à delegacia. Clique AQUI para ver.
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) havia solicitado a prisão do motorista no domingo (22), após as investigações apontarem irregularidades. Segundo fontes da PCMG, o condutor estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa e dirigia uma carreta bitrem que transportava carga acima do peso permitido.
A colisão, que envolveu o caminhão, um ônibus e um carro, foi seguida de uma explosão de grandes proporções. Além das vítimas fatais, mais de dez pessoas ficaram feridas. A CNN obteve um vídeo com a chegada do homem à delegacia. Clique AQUI para ver.
Irregularidades no veículo e investigações
O acidente ocorreu em um horário no qual o tráfego de veículos do tipo bitrem não é permitido na rodovia. Após a tragédia, o motorista deixou o local e passou a ser procurado pela polícia.
A carreta e o tacógrafo foram encaminhados para perícia em Teófilo Otoni, enquanto o ônibus, devido à gravidade dos danos, não poderá ser submetido à análise técnica. O nome do motorista não foi divulgado.
As autoridades continuam investigando o caso, que chocou a região e reacendeu debates sobre fiscalização de veículos de grande porte e segurança nas rodovias brasileiras.
Áudio para o pai
Juliana Nascimento Fonseca, uma das vítimas do trágico acidente entre um carro, uma carreta e um ônibus na BR-116, em Teófilo Otoni (MG), enviou mensagens de áudio ao pai pouco antes de perder a vida. O acidente, ocorrido na madrugada de domingo (22), deixou 41 mortos e diversas famílias enlutadas.
Jurandir Pereira, pai de Juliana, relatou em entrevista à Rádio Itatiaia que manteve contato com a filha até por volta das 3h da manhã, quando a comunicação foi interrompida. Em uma das mensagens enviadas, Juliana detalhou as condições da viagem:
“A gente tá indo na Emtram, pai. Saímos da rodoviária 19h40. […] O previsto para chegar era oito horas, mas acho que a gente vai chegar lá pelas 10, 11 horas, ou meio-dia. […] O ônibus é velho. Aí para usar o banheiro agora, só nas paradas.”
Mais tarde, em outro áudio, ela mencionou uma troca de ônibus e de motorista, mostrando alívio: “Trocou de ônibus, tá? Graças a Deus. Agora sim, vai trocar de motorista também.”
Juliana e o marido, Gerenildo Silva Fonseca, estavam a caminho da Bahia para celebrar o Natal em família, mas ambos morreram no acidente.
Dor e espera pela liberação dos corpos
O pai de Juliana compartilhou a angústia de receber a notícia e destacou a espera dolorosa pela liberação do corpo, prevista para até dez dias, devido à necessidade de exames.
“Dez dias é demais. A gente tá nesse sofrimento, nessa correria, vamos esperar dez dias ainda para receber o corpo? […] Não é justo isso,” desabafou Jurandir.
A tragédia na BR-116 não apenas ceifou vidas, mas também deixou famílias como a de Juliana em profundo luto, marcadas pela dor e pela espera por respostas. (Foto: divulgação; Fontes: CNN; Itatiaia)