Luiz Inácio Lula da Silva decidiu incluir o Ministério da Defesa nas discussões sobre os cortes de gastos do governo. A pasta, responsável pelas Forças Armadas do Brasil — Exército, Marinha e Aeronáutica — será chamada para uma reunião com o Ministério da Fazenda, marcada para quarta-feira. A decisão foi divulgada por diversos veículos de comunicação, como G1, Exame e CNN.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que, durante reunião com o presidente no Palácio do Planalto nesta segunda-feira, Lula pediu a inclusão de um ministério adicional nas negociações sobre as medidas de austeridade.
Haddad, porém, não especificou qual ministério foi o alvo dessa solicitação. “As reuniões com ministros de Trabalho, Previdência, Desenvolvimento Social, Saúde, Educação já foram concluídas. O presidente pediu para incluir um ministério nesse esforço. A negociação será concluída até quarta-feira”, afirmou Haddad, sem adiantar mais detalhes.
O ministro também reforçou a importância de abordar todos os aspectos das despesas públicas, incluindo a questão da previdência militar, mencionada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que fez alertas sobre o crescimento das despesas com os militares. “Vou colocar tudo na mesa. Tenho coragem para isso. O TCU já fez um alerta sobre a previdência dos militares e, por isso, meu otimismo é grande, pois há muitas opções para resolver essa situação”, declarou Haddad.
O custo da reserva das Forças Armadas tem aumentado significativamente ao longo dos anos, com um crescimento de 84,6% entre 2014 e 2023, de R$ 31,85 bilhões para R$ 58,8 bilhões. A discrepância entre as receitas e despesas do regime de aposentadoria militar também aumentou, saltando de R$ 29,51 bilhões para R$ 49,73 bilhões no mesmo período.
As mudanças no regime de previdência dos militares têm enfrentado forte resistência tanto nas Forças Armadas quanto no Congresso. Oficiais de alta patente das Forças Armadas afirmam que só aceitariam discutir o tema dentro de uma reforma geral da Previdência, o que não está nos planos do governo no momento. Da mesma forma, deputados e senadores demonstraram pouca disposição para tratar desse tipo de mudança.
Até o momento, o governo realizou reuniões com representantes de 12 ministérios, incluindo os da área econômica, responsável por formular o pacote de austeridade, e o “núcleo duro”, responsável pela articulação política e jurídica. O foco principal da negociação é a redução de despesas nos ministérios que concentram os maiores custos, como Saúde, Educação, Trabalho e Emprego, Desenvolvimento Social e Previdência Social.
Se o Ministério da Defesa for confirmado como parte do pacote, ele se tornará o sexto ministério com maior volume de gastos a ser afetado pelas medidas de contenção. A pasta, que administra a folha de pagamento dos militares ativos e inativos, será analisada no contexto das reformas fiscais que o governo está buscando implementar. E mais: Rússia proíbe exibição de filme sobre Donald Trump. Clique AQUI para ver. (Foto: Palácio do Planalto; Fontes: CNN; G1; Exame)