O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, reconheceu que integrantes de facções criminosas brasileiras podem ter ido para Portugal. “Não só o Brasil, mas todos os países enfrentam a criminalidade organizada. É possível que alguns integrantes de facções criminosas tenham vindo para Portugal, até pela facilidade da língua e a acolhida tradicional que portugueses dão aos brasileiros, isso pode ser facilidade. Nós estamos atentos a esse fenômeno”, disse o titular da pasta.
A fala foi feita durante a visita à sede da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), em Lisboa, nessa quinta-feira (4).
Lewandowski também destacou o interesse do governo brasileiro em avançar no intercâmbio de informações com Portugal para auxiliar no combate ao tráfico de drogas, armas e pessoas, lavagem de dinheiro e outros delitos correlacionados. “Nossa PF [Polícia Federal] colaborando [com as autoridades portuguesas] com todas as informações possíveis. Porque o Brasil, lamentavelmente, é um corredor de exportação de droga, vem de outros países da América do Sul”, disse. O ministro também chamou atenção para um cenário que preocupa as autoridades do Brasil: o crescimento das drogas sintéticas, tipo de entorpecente que tem origem em países europeus e nos EUA.
“[O tráfico de drogas] é um problema hoje universal, diria eu, planetário, combate aos malfeitores transacionais e isto só se enfrenta com uma cooperação cada vez mais aprofundada, e uma troca célere que diz respeito a esse problema.” O ministro também confirmou que a pasta elaborou uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que autorizaria o governo federal a estabelecer diretrizes para a segurança pública e o sistema prisional de todo o país.
“[É uma] autorização constitucional que estabelece a competência do governo federal para coordenar um sistema único de segurança pública”, ressaltou. Lewandowski afirmou que os sistemas prisionais são os locais onde surgem essas facções e de onde, muitas vezes, as organizações conseguem planejar os delitos. Assista abaixo! (Foto: CPLP: Fonte: R7)