Horas antes do anúncio feito por Donald Trump sobre o fim da guerra entre Israel e Irã, um alto representante do governo iraniano afirmou à CNN dos EUA que Teerã não havia recebido nenhuma proposta de cessar-fogo — e tampouco via sentido em aceitar uma.
Segundo a emissora norte-americana, o Irã seguiria reagindo contra o que classificou como “agressões inimigas” e não daria ouvidos ao que chamou de “mentiras” dos Estados Unidos e de Israel.
“Enquanto o inimigo continuar atacando, o Irã continuará retaliando. Estamos determinados a lutar até que se alcance uma paz verdadeira”, disse a autoridade iraniana. A fonte acrescentou que, do ponto de vista de Teerã, as declarações sobre cessar-fogo seriam “uma farsa para justificar ações hostis”.
No entanto, em meio à troca de acusações e sinais contraditórios, uma autoridade iraniana confirmou posteriormente à agência Reuters que o país concordou com o cessar-fogo, deixando as informações desencontradas. A mediação foi conduzida pelo governo do Catar, que atua como canal diplomático entre os dois países rivais.
Na manhã desta segunda-feira (23), o Irã lançou uma ofensiva com mísseis contra uma base americana situada no território catariano. Segundo o presidente Donald Trump, das 14 ogivas disparadas, 13 foram interceptadas, e a única que não foi abatida caiu em uma área que não oferecia risco, sem provocar feridos ou danos significativos.
Pouco depois, já no início da noite, Trump usou sua rede social Truth Social para anunciar que havia um entendimento entre as partes para suspender os confrontos. “Foi totalmente acordado entre Israel e Irã que haverá um cessar-fogo completo e total (em aproximadamente 6 horas, quando ambos concluírem suas missões finais), por 12 horas, momento em que a guerra será considerada ENCERRADA”, escreveu o presidente.
Mais tarde, detalhou que o Irã seria o primeiro a dar início à trégua, com Israel seguindo na sequência, e afirmou que, em 24 horas, o mundo poderia comemorar o fim do conflito. A guerra entre os dois países se estendeu por 12 dias e envolveu trocas de mísseis, bombardeios de instalações nucleares e ameaças envolvendo aliados estratégicos como os Estados Unidos.
Em tom de vitória e esperança, o presidente americano exaltou o desfecho. “Esta é uma guerra que poderia ter durado anos e destruído todo o Oriente Médio, mas não destruiu e nunca destruirá!”, escreveu. Trump também elogiou o que chamou de “resistência, coragem e inteligência” das lideranças envolvidas no acordo.
A publicação foi concluída com uma mensagem simbólica: “Deus abençoe Israel, Deus abençoe o Irã, Deus abençoe o Oriente Médio, Deus abençoe os Estados Unidos da América e DEUS ABENÇOE O MUNDO!”
Apesar do anúncio, especialistas alertam que a região segue em estado de alerta, com forças militares ainda posicionadas e incertezas sobre o cumprimento efetivo do cessar-fogo. A diplomacia agora corre contra o tempo para transformar o entendimento temporário em uma solução duradoura. (Foto: PixaBay; Fonte: CNN)