Investidores estrangeiros deixam a B3 e saldo em abril do ano fica negativo pela 1ª vez

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O fluxo de recursos estrangeiros na B3 sofreu uma reversão inédita em 2025. Nas três primeiras semanas de abril, investidores internacionais reduziram drasticamente sua participação no mercado secundário — que envolve ações já negociadas — e, pela primeira vez no ano, o saldo entre compras e vendas ficou no vermelho, conforme reportagem de O Globo.

De acordo com dados da própria Bolsa de Valores de São Paulo, o resultado acumulado até o dia 16 de abril indicou um déficit de R$ 243 milhões, evidenciando que os saques de investidores superaram os aportes no período.

Esse movimento contrasta com o acumulado positivo de R$ 10,6 bilhões ao final de março. Só em abril, a saída líquida de capital estrangeiro já soma R$ 10,8 bilhões.

Especialistas apontam que a deterioração do cenário internacional teve papel decisivo nesse comportamento. O anúncio feito por Donald Trump em 2 de abril, sobre novas “tarifas recíprocas” aplicadas pelos Estados Unidos a produtos importados, gerou receio de uma onda inflacionária no país e retração no comércio global. O temor levou investidores a evitar ativos de risco, como ações de empresas em mercados emergentes, caso do Brasil.

Embora a retração tenha sido observada também na Europa, o Brasil sentiu um impacto mais intenso, principalmente por causa de sua forte relação comercial com a China — um dos principais alvos das novas tarifas americanas. Qualquer perspectiva negativa para o gigante asiático acaba respingando na economia brasileira.

Para Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do Banco Central e atual presidente do Conselho da gestora Jive Mauá, fatores internos também contribuíram para a fuga de capital. “As taxas de juros altas internamente, e subindo; atividade econômica começando a sentir, com perspectiva de menores retornos nas empresas; e instabilidade vinda do risco fiscal. O governo continua a usar o parafiscal para aumentar a demanda”, avaliou.

Ele destaca que o descontrole fiscal tem impacto direto na percepção de risco do país e na valorização do real, à medida que aumenta a relação entre dívida pública e PIB.

Apesar da turbulência, analistas como Henriques, do BTG, veem possibilidade de melhora no médio prazo. Até agora, o Ibovespa — principal índice da B3 — ainda acumula valorização de 8,46% no ano. E mais: Empresa do grupo JBS fez doação milionária à campanha de Trump nos EUA. Clique AQUI para ver. (Foto: divulgação; Fonte: O Globo)

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