Haddad diz que direita ‘não quer pagar imposto’ e esquerda, ‘não quer conter gasto’

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (20) que o discurso da pasta econômica tem gerado desconforto tanto na esquerda quanto na direita.

“Eu sei que esse discurso desagrada à esquerda e à direita. Um lado não quer contenção de gastos e outro não quer pagar imposto. Fica difícil. Direita não quer pagar os impostos. Esquerda não quer conter gastos. Como fecha as contas?”, questionou Haddad durante um café da manhã com jornalistas na sede do Ministério da Fazenda.



O ministro também comentou a votação do pacote fiscal no Congresso Nacional, que recebeu oposição de partidos da base governista, como o PSOL. Quando questionado sobre o voto contrário do deputado Guilherme Boulos (PSOL), Haddad evitou críticas diretas, declarando apenas que está “feliz” com as aprovações obtidas no Congresso.

Queda calculada
Haddad adiantou que não há planos para implementar políticas de ‘estímulo fiscal’ no próximo ano, mesmo diante da possibilidade de uma recessão econômica. Segundo ele, o governo já prevê uma desaceleração no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, com uma projeção de 2,5%, abaixo dos 3,5% estimados para 2024.

“O orçamento já considera essa desaceleração. A nossa projeção de crescimento no ano que vem é 2,5%, 1% abaixo do que vamos fechar este ano. A desaceleração já está mais ou menos contratada”, explicou o ministro.



Ele também destacou que a política monetária contracionista adotada pelo Banco Central deve impactar rapidamente a economia. “Não pretendo fazer nenhuma política de estímulo parafiscal. Eu acredito que esse ciclo de alta dos juros vai fazer um efeito rápido na academia”, disse Haddad.

Correção no mercado de câmbio
Sobre a recente disparada do dólar, que atingiu R$ 6,12 na quinta-feira (19), Haddad afirmou que é necessário corrigir as “disfuncionalidades” no mercado cambial.

“Temos que corrigir essa escorregada que o dólar deu aqui. Não no sentido de buscar um nível de dólar e de mirar uma meta. Na minha opinião, o Banco Central deveria atuar é que não tem que buscar nível, tem que buscar equilíbrio”, destacou.



Embora tenha evitado sugerir um valor ideal para a moeda norte-americana, o ministro defendeu que o Banco Central promova ajustes sempre que houver incertezas ou disfunções no mercado de câmbio.

“Sempre que houver uma disfuncionalidade, incerteza, insegurança, que gere disfuncionalidade no mercado de câmbio e no mercado de juros, o Banco Central deve promover correções nesse sentido”, afirmou.



Haddad ainda apontou falhas na comunicação do Banco Central no fim de 2024 como um dos fatores que contribuíram para a alta do dólar. “Houve problemas de comunicação no fim do ano que fizeram com que a queda do dólar fosse mais forte do que a dos pares. É preciso corrigir a comunicação. Tomar medidas que tragam o câmbio não para um patamar específico, mas para uma situação de funcionalidade”, concluiu. Assista a seguir!



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