A possibilidade de retomar o horário de verão voltou a ser considerada pelo governo federal, após o cancelamento do leilão de reserva de capacidade previsto para junho. A suspensão do certame elevou o risco de insuficiência energética durante os horários de maior consumo, especialmente no segundo semestre de 2025. A reportagem é da colunista Camila Maia, do UOL.
Apesar do alerta, a decisão final dependerá de análise política e de impacto em diversos setores da economia. A medida já havia sido discutida em 2023, quando o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) defendeu a volta do horário de verão. Na ocasião, o órgão identificou que a mudança nos relógios poderia diminuir em até 2,9% a demanda de pico no sistema elétrico nacional.
De acordo com o estudo técnico do ONS, o horário de verão tem potencial para suavizar a chamada “rampa da carga”, que ocorre entre 18h e 19h — período em que a geração de energia solar despenca, enquanto o consumo dispara. Com o ajuste, esse pico seria empurrado para mais tarde, o que ajudaria a reduzir o risco de falhas no fornecimento.
O tema voltou à pauta na última semana, quando o ONS encaminhou nova recomendação ao CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), responsável por avaliar a continuidade e a segurança energética do país. Em entrevista à Agência Infra, o diretor-geral do ONS, Márcio Rea, reforçou que “tecnicamente é importante” a reativação do horário de verão, acrescentando que sua adoção ainda em 2025 é viável.
A preocupação se intensificou após o adiamento do leilão que contrataria a disponibilidade de termelétricas a partir de setembro deste ano.
Diante do cenário, o CMSE autorizou nesta semana a antecipação de contratos de usinas térmicas que só começariam a operar em julho de 2026, liberando 2 GW de potência. Outras ações emergenciais também estão em análise para garantir a estabilidade do sistema nos próximos meses.
O horário de verão foi abolido em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em 2024, apesar das manifestações favoráveis de setores como turismo, comércio, bares, restaurantes e até do Ministério de Minas e Energia, a gestão atual optou por não reintroduzi-lo.
Com os riscos energéticos em alta, a possibilidade de retorno da medida volta a ser considerada como uma alternativa viável e estratégica para o equilíbrio da matriz elétrica nacional. E mais: Ações do Banco do Brasil desabam após resultado abaixo do esperado nos lucros. Clique AQUI para ver. (Foto: PixaBay; Fonte: UOL)