Governo Lula já vê CPMI do INSS como inevitável e visa comandar posições da comissão

direitaonline

O governo Lula já considera inevitável a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que pretende investigar os descontos irregulares aplicados em benefícios do INSS. A informação é do jornal O Globo, que aponta que o Palácio do Planalto trabalha nos bastidores para influenciar a composição do colegiado e garantir protagonismo na condução dos trabalhos.

De acordo com a apuração exclusiva do jornal, o foco do governo é duplo: blindar Luiz Inácio Lula da Silva de um possível desgaste político e concentrar as investigações nas práticas herdadas da administração anterior. Como mostra a reportagem, a estratégia é “disputar cargos e ter voz ativa na comissão”.

O INSS divulgou que já recebeu mais de 1 milhão de respostas de aposentados e pensionistas sobre os descontos em folha vinculados a entidades associativas. “Do total, 1.051.238 informaram não reconhecer o vínculo com a respectiva organização, 98,3%”, diz a reportagem.

Apesar de o Planalto se declarar oficialmente contrário à instalação da CPMI, os principais articuladores do governo reconhecem, segundo O Globo, que o cenário já está fora de controle. Com apoio de 37 senadores e 223 deputados, a criação da comissão ultrapassa com folga o número mínimo exigido. Ainda assim, a efetiva instalação depende exclusivamente do presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União-AP), que até o momento não se pronunciou publicamente sobre o tema.

A matéria relata que a ordem agora entre os aliados do presidente Lula é “montar uma comissão equilibrada”, buscando reduzir o espaço da oposição e garantir parlamentares com perfil técnico para lidar com a questão do INSS. “Não é mais o caso de trabalhar pela retirada de assinaturas”, aponta um interlocutor ouvido pelo jornal.

Entre os nomes cotados para ocupar a relatoria da comissão está o da deputada Tabata Amaral (PSB-SP), que é bem vista por aliados do governo por seu perfil ‘técnico e moderado’.

O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), já declarou apoio à criação da CPMI, e o senador Fabiano Contarato (PT-ES) também assinou a lista que pede a instalação da investigação. A movimentação mostra que até mesmo dentro da base aliada há um entendimento de que a comissão pode ser inevitável — e que é preciso se antecipar aos riscos.

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), também falou ao O Globo sobre a possibilidade de apoiar a CPI mista, mesmo mantendo ressalvas quanto ao seu funcionamento. Em suas palavras:

“Quem chamou a polícia e deixou ela investigar foi o presidente Lula. Eu não assino CPI, por achar que isto cabe à Polícia Federal. O Congresso deve cuidar dos problemas reais do Brasil, das matérias que importam. Mas talvez eu assine essa, por acreditar que os ventos vão mudar.”

A ala do governo que defende a CPMI argumenta que, ao assumir o controle da presidência e da relatoria, o Planalto pode evitar que a comissão se transforme em um palanque da oposição. Além disso, como reforça o jornal, os governistas pretendem usar o espaço para evidenciar que as irregularidades tiveram início ainda durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A instalação da CPMI agora é vista por muitos como questão de tempo. Como lembra O Globo, o estopim da crise foi a revelação de que milhares de aposentados e pensionistas tiveram descontos feitos sem autorização em seus benefícios mensais, em nome de associações das quais sequer sabiam ser parte. A repercussão levou o governo a determinar investigações internas e acionar a Polícia Federal. E mais: Compras parceladas com Pix? Entenda novo recurso do BC. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fonte: O Globo)

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