O governo do presidente Luis Alberto Lacalle Pou, do Uruguai, ofereceu ao Brasil ajuda humanitária para auxiliar no resgate das vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. No entanto, o governo brasileiro recusou a oferta de duas lanchas, um avião e drones. A reportagem é da Folha de SP.
O governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), havia solicitado ajuda às autoridades uruguaias para resgatar os afetados pelas inundações. A solicitação incluía o empréstimo de duas lanchas motorizadas com tripulações, dois drones com operadores uruguaios e um avião de transporte Lockheed KC-130 H Hercules.
Apesar da autorização do governo uruguaio, o governo petista recusou a oferta, alegando que os equipamentos não eram necessários no momento. Em nota, o ministério da Defesa informou que o Comando Militar Conjunto declinou da oferta da aeronave devido a restrições de pistas disponíveis para pouso em Porto Alegre.
“O Brasil possui a aeronave KC-390 que atende à necessidade dos transportes, pois pousa em pistas menores e transporta uma carga maior. O trabalho de resgate e apoio humanitário vem sendo feito com 243 embarcações e drones das Forças Armadas”, disse o ministério em nota.
No entanto, José Henrique Medeiros Pires, secretário-executivo do governo do Rio Grande do Sul, afirmou que há outros aeroportos operacionais no estado com condições de receber a aeronave uruguaia. Ele mencionou a oferta uruguaia durante uma audiência no Senado nessa segunda-feira (6) sobre a tragédia no estado.
“Aguardamos agora que a Agência Brasileira de Cooperação autorize a entrada no Brasil das lanchas disponibilizadas pelo Uruguai. Lanchas que estão prontas para embarcarem no Brasil, veículos anfíbios, que poderão ajudar”, disse Pires na audiência.
Ele também mencionou que a ABC já havia liberado o empréstimo de um helicóptero de salvamento que já está operando no Rio Grande do Sul.
Em resposta à Folha de S.Paulo, Pires rebateu a argumentação de que as lanchas não seriam necessárias, afirmando que o estado chegou a contar com os equipamentos oferecidos pelo Uruguai para uma operação de transferência de presos de uma penitenciária alagada.
“Eu prefiro ter o equipamento lá caso precise do que precisar e não ter porque alguém achou que não era necessário”, afirmou Pires.
O Itamaraty afirmou à Folha que quem decide sobre os trabalhos emergenciais no Rio Grande do Sul é o Comando Operacional Conjunto da Operação Taquari 2, do qual participa o governo do estado.
“É o Comando Operacional Conjunto, não o Itamaraty, que tem avaliado as ofertas internacionais de apoio de países vizinhos”, disse o ministério. “A ABC tem envidado todos os esforços para viabilizar e receber todas as ofertas de apoio analisadas e aceitas pelo Comando Operacional Conjunto da ‘Operação Taquari 2′”. E mais: STF define regras para uso de algemas em menores de idade apreendidos. Clique AQUI para ver. (Foto: Palácio do Planalto; Fonte: Folha de SP)