Os argentinos vão às urnas neste domingo (19) em um segundo turno presidencial bastante equilibrado, com eleitores buscando uma solução para a inflação de três dígitos e o aumento da pobreza, e duas visões distintas para o futuro do país
A eleição coloca o ministro peronista da Economia, Sergio Massa , no comando da pior crise econômica do país em duas décadas, frente a frente com o libertário Javier Milei, que tem ligeira vantagem nas pesquisas.
Milei promete uma terapia de choque econômico, desde o encerramento do banco central até ao abandono do peso e à redução dos gastos, reformas potencialmente dolorosas, mas que suscitaram multidões de eleitores irritados com a crise econômica gerada por mais um governo socialistas.
“A eleição marcará uma ruptura profunda no sistema de representação política na Argentina”, disse Julio Burdman, diretor da consultoria Observatório Eleitoral, à agência Reuters. “Acho que todas as forças políticas como as conhecemos serão transformadas.”
A história da corrida eleitoral tem sido a surpreendente ascensão da economista e antiga comentarista de TV Javier Milei, de 53 anos, impulsionada pelo desencanto dos argentinos com os partidos políticos tradicionais.
Milei tem uma ligeira vantagem nas pesquisas de opinião, mas a maioria mostra uma disputa acirrada e incerta. Massa, 51 anos, um experiente político, vem recuperando votos com uso da máquina pública e campanhas que distorcem os planos de Milei para reduzir os gastos do Estado.
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Milei, que nos comícios costumava carregar uma motosserra, num símbolo contundente dos cortes dos privilégios e do inchaço estatal, é a favor da privatização das empresas públicas e da introdução de mudanças na saúde e na educação.
Os seus principais apoiantes consideram que ele é o único candidato capaz de destronar a “casta” política, como Milei chama os políticos tradicionais, e pôr fim a anos de crise que tem perseguido a segunda maior economia da América do Sul.
Na votação do primeiro turno, em outubro, Massa obteve 36,7% dos votos, em comparação com cerca de 30% de Milei. Desde então, o libertário ganhou o apoio público da terceira colocada Patricia Bullrich, embora não seja certo que todos os seus votos serão transferidos para ele.
Quem quer que ganhe a presidência terá de lidar com os cofres vazios do governo e do banco central, um programa de dívida de 44 mil milhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional (FMI), uma inflação próxima dos 150%, entre outros graves problemas.
Além disso, o novo Congresso, decidido na votação de Outubro, será altamente fragmentado, sem que nenhum bloco tenha maioria. O eventual vencedor precisará do apoio de outras siglas para aprovar legislação.
A votação começou às 8h (horário local) e as mesas de voto encerrarão por volta das 18h, sendo os primeiros resultados oficiais esperados algumas horas depois.
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