O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reagiu com sarcasmos à decisão do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que optou por não sugerir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a retenção de seu passaporte.
Nesta terça-feira, 19 de março de 2025, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou o arquivamento de uma investigação contra o parlamentar, acusado por membros do PT de conspirar com legisladores dos Estados Unidos para prejudicar a Corte brasileira. A medida seguiu o entendimento da PGR, que considerou insuficientes as provas para prosseguir com o caso.
A denúncia partiu do Partido dos Trabalhadores (PT) e dos deputados Lindbergh Farias (PT-RJ) e Rogério Correia (PT-MG), que apontaram que Eduardo Bolsonaro teria feito três viagens aos EUA desde a posse de Donald Trump, em janeiro de 2025, com o intuito de impulsionar um projeto de lei que “atacaria e constrangeria o STF”.
Os petistas também o acusaram de articular sanções contra o Brasil em parceria com congressistas americanos, pedindo medidas restritivas como a proibição de saída do país e a entrega de seu passaporte.
Em resposta, Eduardo Bolsonaro questionou a demora da PGR em se manifestar, sugerindo motivações políticas no processo. “Ficou feio despachar somente agora, pois até então não havia urgência. Isto só escancara que as decisões relativas ao STF são 100% políticas e não por mérito, jurídicas”, escreveu.
Ele ainda elencou exemplos para sustentar sua crítica: “-o PGR pediu 2 vezes para soltar Filipe Martins; -pediu 1 vez soltar Clezão; -deu parecer contra e a busca foi feita na casa de Jair Bolsonaro em MAI/2024. Estes são alguns exemplos de que Moraes não segue ordens do PGR.”
O deputado também aproveitou para comparar a liberdade de expressão nos dois países, afirmando que “o Brasil não é um local seguro e democrático para se fazer oposição. Nos EUA qualquer cidadão tem mais liberdade para falar do que um deputado federal no Brasil com imunidade parlamentar garantida na constituição”.
Ficou feio despachar somente agora, pois até então não havia urgência. Isto só escancara que as decisões relativas ao STF são 100% políticas e não por mérito, jurídicas.
No entanto destaco que:
-o PGR pediu 2 vezes para soltar Filipe Martins;
-pediu 1 vez soltar Clezão;
-deu… pic.twitter.com/J8iLwdi7yr— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) March 18, 2025