A General Motors anunciou a demissão de trabalhadores da fábrica de São José dos Campos. Segundo relatos, o comunicado dos desligamentos aconteceu por telegrama na manhã desta sexta-feira (3). A montadora não revelou a quantidade de funcionários afetados pela decisão. Atualmente, a unidade conta com 3.200 metalúrgicos.
Em janeiro deste ano, a montadora anunciou um investimento de R$ 7 bilhões em sua operação no Brasil, a serem aplicados entre 2024 e 2028, com foco na mobilidade sustentável.
Em nota, a GM afirmou que os desligamentos fazem parte do processo de “adequação do quadro de empregados anunciado em outubro de 2023”, firmado em acordo coletivo. Segundo a empresa, a medida foi “necessária” e “permitirá que a companhia mantenha a agilidade de suas operações, garantindo a sustentabilidade”.
Imagens do comunicado enviado aos funcionários, que circularam nas redes sociais, indicam que havia trabalhadores em licença remunerada, a terminar nesta semana. A GM solicitou que os funcionários compareçam a um encontro marcado para “providências administrativas” e “demais orientações relacionadas ao término do contrato de trabalho”.
De o sindicato, as demissões começaram um dia antes do fim do período de estabilidade previsto no acordo e que terminou nesta sexta-feira (3). A estimativa da entidade sindical é de que 50 trabalhadores serão desligados neste momento em São José. Ainda não há informações sobre desligamentos nas outras duas unidades paulistas.
A montadora, que opera três unidades no estado — São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes —, abriu um PDV (Programa de Demissão Voluntária) em acordo com os Sindicatos dos Metalúrgicos das regiões afetadas no final do ano passado, após a Justiça do Trabalho determinar a reintegração de funcionários demitidos.
Em São José dos Campos, 839 trabalhadores foram reintegrados após a dispensa. Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, Weller Gonçalves, a entidade analisa que as demissões estão ligadas aos desligamentos evitados no ano anterior.
Iniciado em dezembro, o PDV teve 696 adesões somente em São José dos Campos, de acordo com o sindicato da região, além de 140 funcionários colocados em licença remunerada.
O acordo firmado entre sindicatos e a GM previa estabilidade para os funcionários reabsorvidos até maio deste ano. Entre os demitidos, a maioria aderiu ao PDV, o qual garantia que funcionários com mais de sete anos de casa receberiam um Onix Hatch, modelo de veículo da marca, ou R$ 85 mil.
Eles também receberiam o equivalente a cinco salários e manteriam o plano de saúde por seis meses (benefício que poderia ser substituído pelo recebimento de R$ 12 mil). Aqueles com menos tempo de vínculo com a GM receberiam seis meses de salário, adicional de R$ 15 mil e plano médico por três meses (ou R$ 6.000).
Gonçalves estima que, dentre os aproximadamente 140 trabalhadores que não aderiram ao PDV, alguns tenham sido chamados de volta às fábricas, e cerca de 50 podem ter sido desligados nesta manhã. A GM não confirmou a estimativa.
Não há reunião marcada entre a General Motors e representantes do Sindmetal de São José dos Campos, segundo o presidente da organização. Apesar de as demissões não ferirem os acordos preestabelecidos entre a empresa e os sindicatos, Weller Gonçalves alega que há contradição entre os desligamentos e os anúncios de novos investimentos no Brasil feitos pela GM. E mais: Rio Grande do Sul contabiliza 56 mortes devido a fortes chuvas. Clique AQUI para ver. (Foto: divulgação; Fontes: Folha de SP; UOL)