“Diante de um cenário de juro alto, desaceleração econômica, dificuldades no mercado internacional e crise na Lojas Americanas, o crédito corporativo no Brasil secou”. É o que diz uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo, divulgada nessa segunda-feira (3).
Segundo o veículo, empresas endividadas têm recorrido a renegociação de débitos, além de recuperação judicial e extrajudicial, para tentar sobreviver. A tendência, segundo analistas ouvidos pelo jornal paulista, é que as condições de crédito continuem “duras pelo menos até o fim do ano, dificultando a operação das companhias brasileiras.”.
Na semana passada, o Banco Central (BC) divulgou que a concessão de crédito para pessoas jurídicas foi de R$ 166 bilhões em fevereiro, valor 8,6% inferior ao de janeiro. Já segundo relatório do grupo financeiro internacional o Goldman Sachs, é provável que esse cenário piore. “Esperamos que as condições de crédito se tornem mais exigentes nos próximos meses devido ao alto nível de endividamento do consumidor, taxas elevadas, perspectiva de abrandamento da atividade real e o surgimento recente de várias situações de dificuldade de crédito corporativo”, diz relatório do banco.
“Apenas no primeiro bimestre deste ano, 195 empresas no País já pediram proteção na Justiça, um aumento de 60% na comparação com o mesmo período de 2022. É o número mais alto desde 2017, quando foram feitos 197 pedidos nos dois primeiros meses do ano, segundo dados da Serasa Experian.”, diz o Estadão, indicando que essa falta de crédito é justamente o que pode estar por traz desse aumento de pedidos de recuperação judicial.
Por fim, Renato Leopoldo e Silva , especialista ouvido por Estadão, explica que a falta de crédito acaba refletindo em todos os setores da economia. “É um efeito dominó. Uma dificuldade de acesso ao crédito faz o consumidor comprar menos.” . Ainda de acordo com a fonte, as primeiras empresas que sofrem pela crise de crédito são as que dependem do nível de consumo, como as varejistas.
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