Cielo deixa Bolsa após 15 anos

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Após 15 anos como empresa de capital aberto, a Cielo, líder no mercado de pagamentos eletrônicos, anunciou sua saída da Bolsa de Valores. A decisão foi impulsionada por uma perda de participação de mercado nos últimos anos e a necessidade de maior flexibilidade estratégica.

O processo de ‘deslistagem’ começou com a compra de 736.857.044 ações por seus controladores, Bradesco e Banco do Brasil, através da holding EloPar, em um leilão de R$ 4,3 bilhões realizado na quarta-feira (14).

A principal motivação para essa mudança é permitir que a Cielo, agora fora da B3, possa reagir mais rapidamente às condições de mercado. A companhia enfrenta um ambiente cada vez mais competitivo, em que o preço das maquininhas não é mais o principal fator de disputa. As empresas rivais, como Stone, PagBank e Rede (do Itaú Unibanco), já seguiram por esse caminho, combinando a oferta de maquininhas com serviços bancários, o que lhes deu uma vantagem significativa.

No segundo trimestre deste ano, a participação de mercado da Cielo caiu para 19,9%, em comparação aos 22,3% do ano anterior, enquanto a Rede, sua principal concorrente, manteve a liderança com 22,8%. Apesar dos esforços para recuperar o terreno perdido, a Cielo tem lutado para manter sua fatia no lucrativo segmento de pequenas e médias empresas, como destacou o analista Eduardo Rosman, do BTG Pactual.

Segundo ele, “não é segredo que a Cielo tem sofrido para proteger sua fatia de mercado”, o que levou à decisão de sair da Bolsa e buscar novas estratégias.

A história da Cielo na Bolsa começou em 2009, quando ainda era chamada Visanet e dividia o mercado com a Redecard (atual Rede). Naquela época, ambas operavam sob um modelo fechado, aceitando apenas cartões de suas respectivas bandeiras, Visa e Mastercard. Isso mudou em 2010, quando o Banco Central permitiu que as maquininhas aceitassem múltiplas bandeiras, abrindo espaço para novos concorrentes como PagSeguro (agora PagBank), Getnet e Stone.

A saída da Bolsa é vista como uma oportunidade para a Cielo se integrar de forma mais eficaz aos negócios de seus controladores, Bradesco e Banco do Brasil, sob a EloPar. Fora da B3, a empresa poderá ser tratada menos como uma companhia independente e mais como um produto estratégico, permitindo aos bancos oferecer combinações mais atrativas de serviços bancários e maquininhas para pequenas e médias empresas.

A data de liquidação do processo de deslistagem está prevista para 16 de agosto, e novas ofertas de compra para ações restantes nas mãos de minoritários podem ocorrer em seguida. O objetivo final dos controladores é reposicionar a Cielo no mercado, aproveitando a maior flexibilidade que a operação fora da Bolsa permitirá. E mais: Senado aprova PEC que flexibiliza o pagamento de dívidas municipais. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução redes sociais; Fontes: Estadão; InfoMoney)

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