C&C precisará fechar 1/3 das lojas após queda do faturamento

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As herdeiras do falecido banqueiro Aloysio Faria, do banco Alfa, tomaram a iniciativa de contratar a consultoria Galeazzi para promover uma reestruturação na rede de material de construção C&C, de acordo com informações obtidas pelo Valor Econômico através de duas fontes familiarizadas com o assunto.

Após um mapeamento detalhado que durou 60 dias, foi diagnosticado que será necessário fechar pelo menos um terço das lojas da varejista, conforme informado por uma pessoa próxima ao assunto ao Valor.

Atualmente, a C&C possui 36 unidades distribuídas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Inicialmente, a rede foi colocada à venda, mas não houve, até agora, nenhum potencial comprador interessado

Com a queda no faturamento (abaixo de R$ 1 bi anual), as herdeiras do banqueiro solicitaram à consultoria Galeazzi para realizar um diagnóstico da situação da C&C, que recomendou o fechamento das portas de quase 1/3 da C&C.

A empresa já começou a demitir executivos e planeja fechar pelo menos 12 unidades até o final deste ano, esses locais que já apresentam prejuízo. A receita mensal da rede está entre R$ 70 milhões e R$ 80 milhões.

Crise no setor
No mercado, há um entendimento de que redes como a C&C e a Telhanorte, que também está à venda, precisam modificar seus modelos de negócio, apostando mais um unidades menores, ‘de bairro’, além do digital. Lojas grandes, cujos custos altos, parecem não mais se sustentar financeiramente. A Camicado também terá de fechar 13 de suas 20 unidades espalhadas pelo Brasil

Aloysio Safra
A C&C foi uma das várias empresas fundadas por Aloysio Faria. Após o falecimento do fundador, suas cinco filhas venderam o principal negócio do grupo, o Banco Alfa, que foi adquirido pelo Safra por R$ 1 bilhão. Cada uma das filhas ficou com 20% do patrimônio.

Além disso, o teatro Alfa e o hotel Transamérica devem ser transformados em um complexo de entretenimento. O grupo de comunicação Transamérica, que inclui a Rádio Transamérica, também é da família, assim como a Agropalma (óleo de palma), a rede de sorveteria La Basque e a Águas da Prata.

Aloysio Faria, que morreu em setembro de 2020 aos 99 anos, era formado em medicina. Herdou do pai aos 28 anos o ‘Banco da Lavoura’ de Minas Gerais. Anos depois, ele e seu irmão Gilberto Faria dividiram os negócios e Aloysio Faria criou o Banco Real (que foi vendido em 1998 ao ABN Amro por US$ 2,1 bilhões) e que acabou sendo incorporado pelo Santander.


Fonte: Valor Econômico
Foto: divulgação (via TV O foco)

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