Campos Neto rebate Lula e lembra que maior taxa de juros foi em ano eleitoral no governo Bolsonaro

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Roberto Campos Neto afirmou nesta terça-feira (2) que, para desempenhar eficazmente suas funções, o Banco Central do Brasil deve se distanciar das discussões políticas e tomar decisões técnicas. Durante um evento internacional, o presidente do BC rebateu as constantes críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre os juros altos e destacou a “polarização” como um risco para a economia do país no futuro próximo.

Campos Neto participou de um fórum do BCE (Banco Central Europeu) em Sintra, Portugal, sobre os novos desafios para os bancos centrais. No mesmo painel estavam Jerome Powell, presidente do Fed (Banco Central dos Estados Unidos), e Christine Lagarde, presidente do BCE.

Quando a mestre de cerimônias do evento perguntou a Campos Neto sobre os recentes ataques de Lula, que o chamou de “adversário” e “inimigo”, o presidente do BC respondeu que os bancos centrais precisam se afastar da política e tomar decisões técnicas. Ele destacou que o trabalho do BC é baseado em dados objetivos.

“No último ano do mandato do presidente incumbente [Jair Bolsonaro] nas eleições que ele [Lula] venceu, aumentamos os juros de 2% [ao ano] para 13,75% [ao ano]. Foi o maior aumento de juros em um ano de eleição nos mercados emergentes. Se isso não é prova de que somos independentes e agimos com autonomia, quero ver exemplo melhor”, disse Campos Neto.

Ele também ressaltou que a decisão de interromper o ciclo de corte de juros em junho foi unânime entre os membros do Copom, incluindo os quatro diretores indicados por Lula. “Temos que separar a narrativa política do trabalho técnico que devemos fazer. A história vai mostrar que o trabalho foi feito da melhor maneira com os dados que tínhamos à mão, da maneira mais técnica.”

Campos Neto explicou que ruídos e expectativas desencontradas levaram o Copom a interromper o ciclo de queda da taxa básica Selic. De acordo com ele, as expectativas do mercado financeiro sobre a política fiscal e monetária fizeram o comitê parar de cortar a taxa básica Selic em 10,5% ao ano no mês passado, após sete reduções consecutivas desde junho de 2023.

“Precisamos parar para consertar as expectativas e nos comunicar melhor”, concluiu Campos Neto. Assista a seguir! E veja também: Lula defende imposto em “carne chique” e isenção para frango, ovo e músculo. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: Metrópoles)

 

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