Os colecionadores de armas, atiradores e caçadores (CACs) lançaram, até o momento, 34 pré-candidaturas a deputado federal, senador e governador de nomes ligados à Associação Proarmas, a mais representativa da classe. Nos planos do maior grupo armado do País também está a criação de um partido político. As informações são do portal Terra.
Com a política pró-liberdade de armamento do governo federal, o total de CACs registrado saltou de 117.467, em 2018, para 673.818 este ano. O montante supera todos os 406 mil policiais militares da ativa que atuam em todo o País e ainda é maior que o efetivo de cerca de 360 mil homens das Forças Armadas.
Líder do Proarmas, o advogado Marcos Pollon anunciou sua candidatura à Câmara dos Deputados pelo Mato Grosso do Sul. Em seu perfil nas redes sociais, ele se apresenta como “Pró-Deus, Pró-Vida e Pró-Armas”.
O objetivo do movimento Proarmas é eleger candidatos ao Legislativo, em Brasília e nos Estados, para flexibilizar leis que tratam de armamentos. Além dos 34 pré-candidatos ligados ao Proarma, há outros nove políticos com mandato no Congresso que recebem oficialmente o apoio do Pró-Armas para disputas ao Senado a governos estaduais, com a condição de tratar a pauta armamentista com absoluta prioridade. Há ainda 23 candidatos às assembleias estaduais e distritais. Todos estão distribuídos por PL, PMN, Podemos, PP, PRTB, PSC, PTB, PTC e Republicanos.
Propostas
A principal proposta da futura “Bancada dos CACs” é a revogação completa da Lei 10.826/03, o Estatuto do Desarmamento, aprovado durante o governo de Lula, mesmo após o referendo popular indicar que o brasileiro não queria a restrição às armas.
Também há outras propostas em estágio avançado de tramitação, mas que ainda estão em debate, como o projeto 3723/2019, enviado pelo presidente Bolsonaro. O texto regulamenta as atividades de atiradores esportivos, caçadores e colecionadores de armas e revoga um artigo do Estatuto que exige a venda de munições em embalagens com código de rastreio e de armas com dispositivo de segurança e de identificação gravado no corpo da arma. Esta proposta foi aprovada com mudanças pela Câmara em novembro de 2019 e agora tramita no Senado.
Baratear o custo de aquisição de uma arma de fogo também está nos planos, No dia 9 de julho, durante encontro do Pró-Armas em Brasília, Eduardo Bolsonaro comemorou, no carro de som, a redução do ICMS para compra de armas em Alagoas. “Um gol de bicicleta”, afirmou. “Atenção, deputados estaduais, segunda-feira, missão: entrar com projeto de lei igual do Cabo Bebeto (PL-AL).”
Partido dos CAC’s
A organização presidida por Marcos Pollon nasceu em 2020 e já é a mais representativa do Brasil. Os próximos planos são ainda mais ambiciosos. “Quando batermos 1 milhão (de apoios), vamos criar um partido político. ‘Ah, por que 1 milhão?’ Porque estou sendo otimista. Estou trabalhando com índice de conversão de 50%”, disse em um entrevista, em fevereiro.
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